Neste documento, apresentamos o projeto-ação cujo objetivo é construir uma história da cidade de Parnaíba, litoral norte do Piauí, a partir de histórias de vida de alguns residentes do Conjunto Histórico e Paisagístico, tombado em 2008, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Como método estamos a usar a história oral e as tecnologias sociais da memória, como instrumentos práticos de aproximação com pessoas e grupos; essa última proposta é aplicada pelo Museu da Pessoa, no qual nos inspiramos. A considerar os processos de exclusão e gentrificação que marcam a realidade do Conjunto Tombado, as primeiras pessoas que selecionamos para o projeto e desenvolvermos ações de educação patrimonial foram crianças de 11 a 14 anos, regularmente matriculadas no 6º ano do Ensino Fundamental II, no ano de 2019, na Escola Municipal Godofredo de Miranda, localizada na divisa entre os bairros São José e Mendonça Clarck. A ideia foi perceber e registrar nas histórias que contam as crianças, suas formas e olhar e viver o/no bairro onde moram, sensibilidades e influências que receberam de seus familiares, da escola e do meio comunitário no qual vivem, a fim de permitir que olhem para os lugares e lhes atribuam sentidos e significados, criando condições para construírem uma vida em comunidade, relações de pertença e afetividade. Por sua natureza, o trabalho é participativo e colaborativo, para o qual estão envolvidos de forma direta a comunidade escolar, em especial os alunos. Realizamos oficinas e as registramos em fotos, trabalhos que orientamos, cujo resultado nos informa como os alunos veem e sentem o território que habitam. Como forma de comunicar esses sentimentos e emoções, produziremos um livro registro do processo do trabalho, que incluirá as histórias das crianças e suas impressões. Esta produção poderá ser utilizada como material didático, como orientações para outros estudos e intervenções no campo da educação patrimonial. Usamos, igualmente, como forma de registro e comunicação de nossas ações, as redes sociais: Instagram, facebook, meios de amplo alcance dos alunos. Os documentos como fotografias e a produção dos alunos nas oficinas estarão no acervo do museu da vila, no bairro Coqueiro da Praia, em Luís Correia, sede do Programa de Pós-graduação em Artes, Patrimônio e Museologia da Universidade Federal do Piauí, que coordena um projeto de criação do Ecomuseu Delta do Parnaíba, no qual está a construir com e para as pessoas uma rede de museus de território e núcleos de pesquisa, documentação e memória para o território da Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, no qual se insere este e outros projetos-ação.