EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO: Hoje (27 de abril) é o dia da empregada doméstica. Registrando a data, evoco a obra cinematográfica DOMÉSTICAS - o filme, dirigido por Fernando Meirelles e Nando Olival e baseado na peça “DOMÉSTICAS”, de Renata Melo. Texto fílmico de qualidade e que dá voz às protagonistas. As empregadas domésticas soltam o verbo e reproduzo algumas das suas falas:

Agora eu vou fazer um curso de modelo. Eu quero pensar alguma coisa diferente pro meu futuro.

Nós vive nesse sistema. Primeiro a gente arruma as coisas dos outros, depois a gente vai ver o que a gente pode fazer pra nós mesmos.

Invisível você já é, mano. Só você que não percebeu ainda.

Elas aturam a gente porque elas não gosta de limpar bosta, esfregar chão, lavar as cueca dos marido, né não? 

Por que que eu é que tinha que nascer assim desse jeito? Pobre, preta, ignorante.

Eu sonho muito em encontrar um príncipe. Mas eu não sei se isso vai acontecer, se não passa de uma ilusão.

Discursos significativos que apontam para relações de conflito em uma sociedade de classes. Entre tapas e beijos, “fulaninha” e “Dona coisa” são as atrizes principais do palco doméstico. Destaco a trilha sonora que acompanha as dores e as delícias de ser uma empregada doméstica. Lindomar Castilho (Eu Vou Rifar Meu Coração), Jane e Herondy (Não se Vá), Waldick Soriano (Eu Não Sou Cachorro, Não), Nilton César (A Namorada que Sonhei), dentre outros artistas populares, cantam as emoções e os sentimentos das “secretárias” do lar.