-

PPGPP100 - ATIVIDADE PROGRAMADA I - Turma: 03 (2015.1)

Visualização de Notícia
  • MINHA VIDA SEM MINHAS MÃES
  • 05/05/2015 23:03
  • Texto:

    TELA SOCIOLÓGICA: MINHA VIDA SEM MINHAS MÃES. DIA 06/0 5/2015. SESSÕES: 16 e 18 HORAS. LOCAL: SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI). ENTRADA FRANCA.

    O cinema fala finlandês e sueco. Uma bonita, delicada e sensível mostra pode ser vista no filme MINHA VIDA SEM MINHAS MÃES, de Klaus Häro. Vamos para o contexto da obra: “No início da segunda guerra mundial, a Suécia quis ajudar o seu vizinho devastado pela guerra, a Finlândia, oferecendo lares temporários para as crianças finlandesas em famílias suecas. Houve mais de 70 mil ‘filhos da guerra’”. Eero Lahti foi um “filho” do referido conflito bélico, forçado, pelas condições objetivas adversas, a viver a experiência de uma criança refugiada e estrangeira. Filho de Kirsti Lahti, perdeu o pai, morto em combate, e é enviado a um outro país para escapar dos ataques inimigos. Na Suécia, é recebido pelo casal Signe (esposa) e Hjalmar Jönsson (marido). A expectativa dela era receber uma menina, pois tinha perdido uma filha, morta por afogamento. De início, a relação entre Eero e Signe é pouco amistosa. O garoto sente falta da mãe original e dentre as barreiras a enfrentar, a questão do idioma. Situações desafiadoras para uma criança com pouca experiência de vida. O impacto da guerra sobre a sua vida gera sofrimento e incertezas. A saída forçada do seu país cria um exílio infantil que irá marcá-lo para o resto da sua vida. Hjalmar, o esposo sueco, acolhe Eero com simpatia e fornece o suporte afetivo que a criança demanda para ir se integrando à nova realidade. A mãe “verdadeira” envia cartas ao filho e algumas notícias vão gerando desalento em relação ao seu retorno para a Finlândia. Ao longo do doloroso processo, a mãe “provisória” Signe vai quebrando as suas resistências em relação à entrada de Eero na sua vida e os dois vão construindo uma base afetiva que vai crescendo ao ponto de Eero não querer mais voltar para o seu país de origem. Eero e Signe vão rompendo com as barreiras iniciais e constroem uma relação amorosa. A obra cinematográfica reforça a ideia de que os relacionamentos humanos não nascem feitos mas são o resultado de uma construção social, histórica, dialética e não linear. Das mulheres rebentam as suas crias biológicas. É a dinâmica natural da vida mas o que vai acontecer depois com os rebentos que foram lançados no mundo, está no plano da cultura e da sociedade. A maternidade conquistada, construída, resultado de investimentos afetivos e produzida com inspiração e transpiração é alicerçada na concepção da realidade como uma construção social. As mulheres tornam-se mães. Quando dizem que a mãe “verdadeira” é a que cuida e investe cotidianamente na socialização integral do filho(a), é uma fala embasada na perspectiva sociológica segundo a qual somos seres construídos socialmente. A dramática narrativa é emoldurada por belas paisagens nórdicas europeias. Um texto fílmico tocante e provocativo nos questionamentos que levanta sobre a qualidade dos nossos relacionamentos familiares.

     

     



Voltar

SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | sigjb04.ufpi.br.sigaa vSIGAA_3.12.1089 22/07/2024 14:17