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PPGPP100 - ATIVIDADE PROGRAMADA I - Turma: 03 (2015.1)

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  • CLARICE LISPECTOR NA TELA SOCIOLÓGICA
  • 17/05/2015 23:26
  • Texto:

    TELA SOCIOLÓGICA: A HORA DA ESTRELA. DIA 19 DE MAIO DE 2015. SESSÕES: 16 e 18 HORAS. LOCAL: SALA DE VÍDEO II (CCHL-UFPI). ENTRADA FRANCA.

    CLARICE LISPECTOR NA TELA SOCIOLÓGICA : A HORA DA ESTRELA, romance de Clarice Lispector, é um grande livro no cinema. Suzana Amaral é a diretora do filme A HORA DA ESTRELA, baseado na obra da citada escritora. Os textos literário e cinematográfico apresentam uma das personagens mais marcantes da literatura brasileira. Macabéa é o nome da nordestina ou “nortista” que vai para o Sudeste brasileiro em busca de uma melhor sorte. A sua trajetória representa a de milhares de pessoas que também traçaram a mesma rota na procura por uma vida mais digna. Nas letras de Clarice Lispector, Macabéa ganha densidade e conquista o leitor com a sua singular personalidade. No escurinho do cinema, a moça datilógrafa, virgem e que gosta de coca - cola cativa com o seu jeito simples e na sua forma de ver o mundo que a cerca. Em um certo momento, ela indaga: “mulher de deputado, é deputada?” O diálogo entre literatura e cinema é dos mais estimulantes. Linguagens diferentes que quando dialogam produzem rebentos consistentes e de qualidade artística. Sobre Macabéa, dou a palavra para quem a pariu. Clarice Lispector, em seus altos vôos literários, concebe uma inesquecível protagonista:

    “Talvez a nordestina já tivesse chegado à conclusão de que vida incomoda bastante, alma que não cabe bem no corpo, mesmo alma rala como a sua. Imaginavazinha, toda supersticiosa, que se por acaso viesse alguma vez a sentir um gosto bem bom de viver – se desencantaria de súbito de princesa que era e se transformaria em bicho rasteiro. Porque, por pior que fosse sua situação, não queria ser privada de si, ela queria ser ela mesma. Achava que cairia em grave castigo e até risco de morrer se tivesse gosto. Então defendia-se da morte por intermédio de um viver de menos, gastando pouco de sua vida para esta não acabar. Essa economia lhe dava alguma segurança pois, quem cai, do chão não passa. Teria ela a sensação de que vivia para nada? Nem posso saber, mas acho que não. Só uma vez se fez uma trágica pergunta: quem sou eu? Assustou-se tanto que parou completamente de pensar. Mas eu, que não chego a ser ela, sinto que vivo para nada. Sou gratuito e pago as contas de luz, gás e telefone. Quanto a ela, até mesmo de vez em quando ao receber o salário comprava uma rosa”.

     

     



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