PURITANOS, JUDEUS E CAPITALISTAS. A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO é uma das obras mais importantes da história do pensamento sociológico. A influência da religião sobre a vida econômica foi objeto das análises sociológicas Weberianas direcionadas aos caminhos de salvação e suas interferências na condução da vida. Na ótica Weberiana, as rejeições religiosas do mundo e suas direções afetam as esferas econômica, política, estética, erótica e intelectual. Na trilha das orientações intelectuais de Max Weber relacionadas à formação de uma mentalidade econômica capitalista, encontramos a relevante obra OS JUDEUS E A VIDA ECONÔMICA, de Werner Sombart. Texto denso e já clássico direcionado à aptidão objetiva dos judeus para o capitalismo. No tocante ao estímulo Weberiano sobre o “ensejo de dedicar aos judeus uma análise detalhada no âmbito da história da gênese do capitalismo moderno”, Sombart escreve:

“Podemos assumir sem sombra de dúvida que a religião de um povo ou de um grupo dentro do povo pode ter grande importância para a configuração da vida econômica. Não faz muito que Max Weber revelou a conexão que existe entre puritanismo e capitalismo. E são exatamente as investigações de Max Weber que em boa parte são culpadas do surgimento deste livro: todo observador atento deveria confrontar tais investigações com o problema de se aquilo que Weber atribui ao puritanismo não teria talvez sido realizado bem antes disso e também depois em grau ainda mais elevado pelo judaísmo; e inclusive se aquilo que denominamos puritanismo não seria mais propriamente, em seus traços essenciais, judaísmo. No decorrer da nossa investigação tomaremos conhecimento de mais coisas relacionadas com a afinidade entre as duas religiões”.