NO CINEMA COM MORIN: O uso do cinema na sala de aula apresenta o seu potencial didático – pedagógico na medida em que lançamos mão de um consistente recurso artístico para tornar os nossos encontros educacionais mais vigorosos. O olhar cinematográfico, na sua especificidade, é mais uma ótica a ser acionada na tentativa de compreendermos e interpretarmos a vasta realidade na qual estamos inseridos. Os seus mais variados temas podem ser acessados através da linguagem cinematográfica. Tal proposta metodológica encontra a sua fundamentação antropossociológica. Vários cientistas sociais propõem um diálogo entre os autores cineastas e os pensadores humanistas. O autor de cinema é um sujeito que está situado em um particular contexto histórico e com uma singular sensibilidade expõe, nos seus textos fílmicos, o seu posicionamento acerca das questões emergentes e relevantes da sua vida cotidiana. Abordando o cinema como um fenômeno multidimensional e complexo, Edgar Morin propõe a recusa e o combate contra o pensamento disjuntivo e redutor. O pensador em foco fez parte de uma geração “cuja formação foi inseparável do cinema”. Na sua antropologia sociológica, o cinema ou o homem imaginário é um fenômeno social e estético. Objeto histórico – sociológico privilegiado, não periférico. “Um esperanto natural da emoção e da razão”. Um filme é um sistema narrativo, um discurso eloquente. Síntese de imagem, visão mágica, emoção, percepção objetiva e ideia. A participação cinematográfica envolve processos de projeção – identificação. Magia, estética e afetividade em um complexo de sonho e realidade. O cinema apresenta uma linguagem que atende necessidades subjetivas.