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PPGPP100 - ATIVIDADE PROGRAMADA I - Turma: 03 (2015.1)

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  • NA ÓPERA GAY DO IÊMEN, CHIBATADAS, PRISÃO E PEDRADAS PARA OSCAR WILDE
  • 03/07/2015 22:20
  • Texto:

    NA ÓPERA GAY DO IÊMEN, CHIBATADAS, PRISÃO E PEDRADAS PARA OSCAR WILDE: Amores homossexuais, homoafetivos ou homoeróticos não ousam dizer os seus nomes em dezenas de países. Sob o império da violência, os direitos humanos são violados e a humanidade continua caminhando nas trilhas da ambivalência e dos paradoxos, ou seja, os avanços e as regressões de um mundo que assiste o espetáculo telânico da era da informação e as barbáries cotidianas das diversas facetas do terror. Faço tais reflexões motivado pela afetação provocada em mim pelo livro CONDENADOS: NO MEU PAÍS, MINHA SEXUALIDADE É UM CRIME, de Philippe Castetbon. Obra que merece visibilidade por trazer depoimentos entranhados pela dor de sujeitos humanos que são proibidos de expressar seus sentimentos amorosos em contextos onde são criminalizados. 49 homens aparecem nas páginas de um livro que traz imagens de rostos escondidos para que eles não corram o risco de serem identificados e posteriormente punidos pela denúncia que fazem da opressão a que são submetidos por protagonizarem o amor entre iguais. Afeganistão, Bahamas, Camarões, Egito, Iêmen, Malásia, Paquistão, Síria, Zimbábue, dentre muitos outros, rasgam a bandeira da diversidade. O olho do poder vigia e pune, muitas vezes usando o nome de Deus, a quem ousa desafinar o coro da heteronormatividade. Para ilustrar a consistência do citado texto fotográfico e discursivo, seleciono a fala de uma pessoa que clama pela liberdade de ser. Vamos para a Arábia Saudita na voz de R. 25 anos, residente em Riad: “Na Arábia Saudita, você só pode ser gay em segredo. E, para levar essa vida dupla, você precisa se casar, já que a sua família te obriga a fazer isso. Graças à internet, eu descobri que havia muitos outros homossexuais no meu país e pude conhecer meu companheiro. Ele é europeu e nós vamos viver juntos aqui. Vamos dizer que dividimos um apartamento, como meros colegas. Como um gesto de amizade, os homens frequentemente ficam de mãos dadas em países árabes. Isso permite que eu segure a mão do meu companheiro ao caminharmos, sem que as pessoas digam nada. Nós não falamos para ninguém sobre a realidade do nosso relacionamento, pois dizer a verdade nos causaria muitos problemas. Mas, às vezes, eu sinto medo, porque sei que viver com ele é perigoso. Se alguém nos surpreender ou se a polícia vier à nossa casa no momento em que estivermos transando, podemos ser mortos. Embora eu saiba que isso é pouco provável, devemos sempre ter muito cuidado. Aqui, nada pode mudar, pois as pessoas não mudam”. O discurso legal atira pedras: “De acordo com a Sharia, praticada na Arábia Saudita, a sodomia é um crime. Para um homem casado, a lei islâmica prevê a morte por apedrejamento. Para um solteiro, ela prevê a flagelação e o exílio pelo período de um ano. A morte por apedrejamento se aplica a qualquer não-muçulmano acusado de praticar sodomia com um muçulmano. Além disso, qualquer relação sexual fora do casamento é considerada ilegal”.  



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