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PPGS003 - SEMINÁRIO DE PROJETO - Turma: 03 (2015.2)

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  • OSCAR WILDE NOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
  • 25/08/2015 13:35
  • Texto:

    A SEMANA UNIVERSITÁRIA DO AMOR DE IGUAIS promove uma roda de conversa sobre o livro CONDENADOS: NO MEU PAÍS, MINHA SEXUALIDADE É UM CRIME, de Philippe Castetbon. Obra pulsante sobre o significado de ser homossexual em territórios que criminalizam as relações homoafetivas ou homoeróticas. Depoimentos que clamam pelo respeito aos direitos humanos. Não podemos ficar indiferentes aos gritos de quem fala em nome da vida. Com indignação, conversaremos sobre o citado projeto editorial no dia 26 de agosto de 2015, às 9:00 horas, na sala 311 (CCHL/UFPI). Nos Emirados Árabes Unidos, o “amor que não ousa dizer seu nome” segue calado nos armários de regimes políticos que não incluíram, em seus glossários humanísticos, o respeito pela diversidade humana. Nas leis, os olhos vigilantes e punidores dos poderes estabelecidos. Vejamos o que diz o Artigo 354 –“ Todo indivíduo que forçosamente tiver relações sexuais com uma mulher ou, também sob coação, praticar atos de sodomia com outro homem, será punido com morte. Os atos sexuais entre mulheres não são proibidos enquanto tais. O adultério é proibido da mesma forma que qualquer outro contato sexual fora do casamento”.

    Na sequência, é dada voz e vez a S. (27 anos. Dubai) que explicita os desdobramentos subjetivos de quem reside em um contexto que castra a livre expressão dos amores homossexuais: “Nunca pensei que eu valesse menos do que os outros, por causa da minha sexualidade. Na verdade, isso me faz sentir mais especial e mais normal, embora, no meu país, ser gay seja “HARAM” (proibido pela religião) e uma DESGRAÇA (para a sociedade).

    Aqui, um gay é como um ladrão, um estuprador, um criminoso... Bem, aqui é um crime e podem legalmente te condenar por essa razão, se você tiver atividades que promovam a homossexualidade (como uma boate gay) ou mesmo se você desenvolver um site educativo destinado a homossexuais.

    Viver com o desafio de preservar esse segredo durante a vida inteira, já que é a única maneira de não correr riscos, é cansativo e desgastante a tal ponto que eu comecei a me odiar e tentar ser heterossexual. Mas, hoje, eu estou inteiramente convencido de que eu nasci assim, e vou morrer assim. Portanto, eu preciso encontrar uma maneira de aproveitar esta situação, ao invés de odiá-la.

    Um pequeno incidente que pode retratar como a sociedade se volta contra você mesmo, quando se é homossexual e pede ajuda para isso: uma vez eu fui ver o Imam (o Sheik que define a oração na mesquita) para lhe contar sobre minha sexualidade num momento em que, ainda adolescente, eu a odiava e a queria mudar. Aproximei-me e pedi permissão para ter uma conversa privada. Uma vez sozinhos e sentados, eu lhe disse que eu seria bem direto: eu contei que era gay e que queria mudar através de uma perspectiva religiosa.

    E qual foi a sua resposta? “Você é gay? Você vai para o inferno, você queimará no inferno para sempre”, e assim por diante...

    Naquele momento, me lembro muito bem, eu levantei e lhe disse: “Se eu queimar no inferno, então vamos nos encontrar lá”.

    E esse foi o ponto de ruptura para mim. Finalmente comecei a acreditar em mim, dizendo a mim mesmo que, se Deus me fez gay, ele não teria me criado para que me queimassem, mas, sim, para transmitir uma mensagem. E essa mensagem é a seguinte: o amor está presente mesmo entre as pessoas do mesmo sexo”.



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