tatiane caroline daboit

CMP - COORDENAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA/CMRV

PPGS003 - SEMINÁRIO DE PROJETO - Turma: 03 (2015.2)

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  • OLIVER SACKS NA TELA SOCIOLÓGICA (3)
  • 07/09/2015 00:15
  • Texto:

    OLIVER SACKS NA TELA SOCIOLÓGICA (3): “Deve-se viver a vida olhando para a frente, mas só se pode entendê-la olhando para trás”. As sábias palavras de Kierkegaard constituem a epígrafe de abertura do livro SEMPRE EM MOVIMENTO: UMA VIDA, de Oliver Sacks. O pensador, cientista, médico e escritor registrou a sua biografia em páginas que revelam uma criatura humana fascinante. Humano, demasiadamente humano, em um relato de uma história de vida do homem que faz a diferença com a sua presença no mundo. Exemplo de profissional da saúde que recebeu uma formação integral e clássica. Estudos que mesclaram obras de fisiologia com textos shakesperianos. Ele escreveu que na escola “...tinha paixão por ciência e literatura”. Um neurologista com bases antropossociológicas: “Todos nós somos frutos da nossa criação, da nossa cultura e da nossa época”. Fala básica mas carregada de profundidade e enunciada por um sujeito que fez história e assumiu compromissos com uma medicina humanizada. Mergulho nas exemplares memórias de uma figura apaixonada e apaixonante. Um ser de valor que tem o que dizer. Um memorial denso escrito por quem, como Nietzsche, escrevia durante consertos e falou que “Mozart me fazia sentir um neurologista melhor...”. A medicina tem seus contadores de casos:

    “...Naqueles tempos, os partos eram feitos em casa (eu mesmo tinha nascido em casa, como todos os meus irmãos). Os partos ficavam basicamente a cargo de parteiras, e nós, como estagiários, íamos como assistentes das parteiras. Chegava um telefonema, muitas vezes no meio da noite; a telefonista do hospital me dava um nome e um endereço e às vezes acrescentava: “Depressa! ”.

    A parteira e eu, ambos de bicicleta, nos dirigíamos até a casa, íamos para o quarto ou, às vezes, para a cozinha; em certas ocasiões, era mais fácil fazer o parto numa mesa de cozinha. O marido e a família ficavam esperando no aposento ao lado, os ouvidos atentos ao primeiro choro do bebê. Era a dramaticidade humana de tudo isso que me estimulava; tinha uma realidade que o trabalho no hospital não tinha e era a nossa única chance de fazer alguma coisa, de cumprir uma função, fora do hospital.

    Durante o estágio de medicina, não nos sobrecarregavam com aulas ou ensino formal; o essencial do aprendizado era feito ao lado da cama do paciente, e a grande lição era aprender a ouvir, a entender o “histórico da condição atual” do paciente e a fazer as perguntas certas para preencher os detalhes faltantes. Aprendíamos a usar os nossos olhos e ouvidos, a tocar, a apalpar, até a cheirar. Ouvir as batidas do coração, dar pancadinhas no peito, apalpar o abdômen e outras formas de contato físico eram tão importantes quanto ouvir e falar. Podiam estabelecer um vínculo físico profundo; as próprias mãos podiam se tornar instrumentos terapêuticos”.

    TELA SOCIOLÓGICA: TEMPO DE DESPERTAR. DIRIGIDO POR PENNY MARSHALL E BASEADO NO LIVRO DE OLIVER SACKS. DIAS 09 E 10 DE SETEMBRO DE 2015, ÀS 16 HORAS, NA SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI)

     

     



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