ANA CLAUDIA OLIVEIRA SILVA

COORDENAÇÃO DO CURSO DE LETRAS ESTRANGEIRAS/CCHL

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ana claudia oliveira silva

CLE - COORDENAÇÃO DO CURSO DE LETRAS ESTRANGEIRAS/CCHL

PPGS003 - SEMINÁRIO DE PROJETO - Turma: 03 (2015.2)

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  • UM RIM POR UM PASSAPORTE (1)
  • 16/09/2015 01:18
  • Texto:

    UM RIM POR UM PASSAPORTE (1): No filme COISAS BELAS E SUJAS, dirigido por Stephen Frears, o personagem Juan, com objetividade e crueza, expõe a lógica do mercado no qual trafica: “...Se é só mais um africano, o negócio é simples. Me dá seu rim e te dou uma nova identidade. Vendo o rim por $ 10.000 e fico feliz. Quem precisa do rim fica curado e fica feliz. Quem vendeu o rim, fica neste belo país e fica feliz. Meu negócio todo se baseia na felicidade”. Um africano em Londres, sob a vigilância da polícia da imigração, é capaz de submeter-se a que para conseguir um passaporte? Ser um imigrante em um país europeu, classificado como desenvolvido, pode constituir uma desumana experiência para quem luta pela sobrevivência em terras estrangeiras. Ser um estrangeiro, clandestino e ilegal, é provar do ser uma coisa invisível ou uma mercadoria descartável. Guo Yi, um refugiado, atendente no crematório de um hospital londrino, emite a seguinte fala: “Você está ilegal, Okwe. Não tem posição aqui. Não tem nada. Você não é nada”. Peças mercantilizáveis, baratas e “perigosas” por serem pobres em uma sociedade camarotizada, excludente e que aparta. A criminalização da pobreza é globarbarizada. Com a palavra, o sociólogo dos nossos tempos líquidos. O destino das medrosas e incertas cidades globais, apresenta um conceito particular: MIXOFOBIA. A definição marca a pele dos estrangeiros. Zygmunt Bauman diz sobre quem são os “mixófobos”: “ Você convive com estrangeiros e tem preconceitos em relação a eles, uma vez que o lixo global é descarregado nas ruas onde você vive; e você já ouviu falar muitas vezes dos perigos derivados da underclass; e ouviu dizer também que a maioria dos imigrantes é parasita de seu welfare e até terroristas em potencial, e que cedo ou tarde acabarão por matá-lo. Nesse caso, viver com estrangeiros é uma experiência que gera muita ansiedade. Por conseguinte, é melhor evitar essa experiência, e muitas pessoas resolveram transmitir esse “instinto de evitar” às gerações futuras, colocando seus filhos em escolas segregadas, em que podem viver imunes a esse mundo horrendo, ao impacto assustador de outras crianças provenientes de “famílias do tipo errado”.



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