CEZAR AUGUSTO FREIRE FERNANDES

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA/CMRV

Ir ao Menu Principal

cezar augusto freire fernandes

PES - COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA/CMRV

PPGS003 - SEMINÁRIO DE PROJETO - Turma: 03 (2015.2)

Visualização de Notícia
  • UM RIM POR UM PASSAPORTE (3)
  • 23/09/2015 01:05
  • Texto:

    TELA SOCIOLÓGICA: COISAS BELAS E SUJAS. DIAS 23 E 24 DE SETEMBRO DE 2015, ÀS 16 HORAS (SALA DE VÍDEO II – CCHL/UFPI). The Baltic Hotel é um dos principais espaços cênicos do filme COISAS BELAS E SUJAS. Na sua recepção, encontraremos Okwe, um negro africano, médico e refugiado que, na batalha pela sobrevivência trabalha como recepcionista e motorista de táxi. Sob constante tensão, masca folhas vegetais para permanecer em vigília. Por conta da sua formação médica, é alvo da chantagem de um traficante de órgãos para que participe das intervenções nas retiradas dos mesmos, principalmente dos rins. Também cuida das doenças venéreas de homens que buscam o seu serviço. Uma figura ética e indignada com as humilhantes situações protagonizadas pelos imigrantes. Nos seus caminhos, o encontro com as incertezas e a vulnerabilidade de quem convive com os riscos e perigos de ser estrangeiro sob a vigilância da polícia da imigração. Em um certo momento da narrativa, Okwe denuncia a invisibilidade que sente na própria pele: “Somos gente que vocês não vêem. Nós dirigimos seus táxis, limpamos seus quartos, chupamos seus paus”. Do cinema para a literatura sociológica, trago a fala preocupada, compassiva e solícita de Zygmunt Bauman ao propor o incremento da mixofilia, ou seja, “o desejo de misturar-se com as diferenças”: “... Pois bem, graças a emigrantes provenientes de lugares remotos, o “confronto das civilizações” de que falava Samuel Huntington transformou-se provavelmente num encontro de vizinhos: gente de verdade, homens e mulheres – vestidos de um jeito um pouco estranho, é verdade – que podem falar italiano com um terrível sotaque, por exemplo, um sotaque bastante desagradável; gente que – sim, é verdade – pode descansar em horas diferentes das nossas e é diferente de nós sob muitos aspectos. Mas nem por isso deixam de ser seres humanos, vizinhos que, cedo ou tarde, encontraremos nos restaurantes, nas ruas, no comércio, nos escritórios, em toda parte. Reverberam sobre eles as belas palavras de Madeleine Bunting, uma jornalista britânica muito sábia. Definitivamente – diz ela – o espírito da cidade é formado pelo acúmulo de minúsculas interações cotidianas com o motorista de ônibus, os outros passageiros, o jornaleiro, o garçom do café; das poucas palavras, dos cumprimentos, dos pequenos gestos que aplainam as arestas ásperas da vida urbana”.

     

     



Voltar

SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | sigjb04.ufpi.br.sigaa vSIGAA_3.12.1100 25/08/2024 00:24