leonardo borges ferro

M0R - DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA/CCS

PPGPP101 - ATIVIDADE PROGRAMADA II - Turma: 11 (2015.2)

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  • O TORMENTO DO PROFESSOR CALÍGULA (2)
  • 04/10/2015 10:34
  • Texto:

    TELA SOCIOLÓGICA: TORMENTO. DIAS 5 E 6 DE OUTUBRO DE 2015, ÀS 16 HORAS, SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI).  Vivemos em um país que não valoriza a figura do professor. Até quando? No cinema, as presenças professorais têm gerado narrativas fílmicas que traduzem a importância capital das suas atuações nos processos formadores de todos os indivíduos. No filme TORMENTO, de Alf Sjöberg, os professores são os protagonistas na “Escola de Gramática”. No seu campo pedagógico, visualizamos as performances docentes que conflituam entre si na maneira de conduzirem a complexa e delicada relação entre educador e educando. De um lado a “pedagogia do terror” em contraposição a uma prática pedagógica dialogal. Em uma das cenas é mostrado um confronto entre dois modelos pedagógicos, ou seja, o mestre que dialoga questiona o “sádico”, o “torturador” docente que provoca medo e alimenta o ódio entre os seus discípulos. O pedagogo do diálogo questiona o “Calígula” do magistério: “Qual a satisfação que há na docência? Um professor deve cuidar de seus alunos. ...Nossa profissão é uma vocação. ...Mas é um absurdo que você chame a si mesmo de professor simplesmente por ter uma formação acadêmica”. Provocações feitas por quem tem acúmulo de experiências em uma das mais nobres e exigentes profissões. No reforço de tais reflexões, relacionadas a um exercício vocacional humanístico, Max Weber acrescenta uma apaixonada fala de quem viveu “a ciência como vocação”: “ Todo jovem que se sente atraído pela erudição deve compreender claramente que a tarefa à sua frente tem um aspecto duplo. Deve ter qualidades não só como erudito, mas também como professor. E os dois aspectos não coincidem. Pode-se ser um intelectual de destaque e ao mesmo tempo um professor abominavelmente ruim”. Da Suécia para o Brasil, a nobreza e a relevância do ser professor, mestre e educador virou motivo para piadas. Professores clamam por reconhecimento e valorização. É com indignação que vejo o descaso com a educação nos vários Brasis. Mesmo sabendo das adversidades, declaro o meu amor à profissão que me sustenta ao longo de 31 anos de carreira. Com o pé na realidade e alimentado pela arte cinematográfica, presto uma homenagem a todos os que são apaixonados pelas experiências pessoais e singulares vividas nos palcos escolares. Caso tivesse a oportunidade de começar uma nova vida, repetiria a minha trajetória professoral de mais de três décadas. A “estranha embriaguez” dos cientistas, apontada por Weber, é sentida por um significativo número de docentes educadores. O nosso clássico sociólogo é quem conclui a minha declaração amorosa por uma profissão que demanda por cuidados caso queiramos saltar para um desenvolvimento humano integral. O toque Weberiano vem com o desejo de priorizarmos a educação. Uma prioridade de fato. Um discurso que não é promessa de palanque em véspera de eleição mas a fala de um pensador que ficava embriagado na sua “experiência pessoal” da ciência: “Pois nada é digno do homem como homem, a menos que ele possa empenhar-se na sua realização com dedicação apaixonada”.



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