benedito batista farias filho

QUI - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA/CCN

PPGS003 - SEMINÁRIO DE PROJETO - Turma: 03 (2015.2)

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  • UM REMÉDIO PARA O CIÚME
  • 09/10/2015 23:47
  • Texto:

    Andando pelas ruas das nossas cidades, salta aos nossos olhos a grande quantidade de farmácias. Elas, agora, constituem redes. Tem mais estabelecimentos farmacêuticos ou evangélicos? Vivemos em uma sociedade medicalizada, dopante. Fuja da dor é uma das suas mensagens.  Viva Foucault! O grande pensador dizia que o corpo é alvo do controle social sobre os indivíduos. É a teoria do biopoder. Na vida para consumo, as pessoas são transformadas em mercadorias. Tudo é mercantilizável. O mercado submete mensalidades escolares, sabonetes, cuecas e remédios. Produtos diversos são postos dentro de uma mesma cesta, ou seja, são igualados por obedecerem a uma mesma lógica monetária. Nos tempos do “compro, logo sou”, o caixa da farmácia mostra a vitamina da promoção nos moldes do feirante que anuncia a banana com o seu preço em queda. Lembro de uma faculdade que anunciava a sua mensalidade no valor de 199 reais. De imediato vinha à minha memória as lojas de produtos chineses por 1,99. Tá tudo dominado e banalizado. Quando vai ser lançado o medicamento para combater o ciúme? Tais provocações foram impulsionadas por uma das 44 CARTAS DO MUNDO LÍQUIDO MODERNO, remetidas por Zygmunt Bauman. Em uma delas, intitulada “Remédios e doenças”, destaco o conteúdo das suas últimas linhas: “Uma vez aceito que, para toda afecção e desconforto causados pelos problemas e atribulações normais da vida cotidiana, existe (deve haver, haverá) um remédio comprável na farmácia mais próxima, a possibilidade de frustração com os medicamentos “que melhoram a qualidade da vida” permanece como fonte de infinito desapontamento para seus consumidores e fonte de infinitos lucros para vendedores, distribuidores e publicitários.

    Cada nova droga introduzida para substituir a anterior, já desacreditada, tende a ser vendida por um preço mais alto (segundo o padrão dos brinquedos na distopia de Aldous Huxley, O admirável mundo novo ), aumento que não é justificado pela maior eficácia”.

     

     



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