CAROLINE CAMARGO BANDEIRA DA SILVEIRA LUZ

COORDENAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA/CMRV

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caroline camargo bandeira da silveira luz

CMP - COORDENAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA/CMRV

PPGS003 - SEMINÁRIO DE PROJETO - Turma: 03 (2015.2)

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  • NO OUTUBRO ROSA, A TELA SOCIOLÓGICA É AMIGA DO PEITO (2)
  • 19/10/2015 00:07
  • Texto:

    TELA SOCIOLÓGICA: UMA CHANCE PARA VIVER. DIA: 20 DE OUTUBRO DE 2015. SESSÕES: 16 E 18 HORAS. SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI). A nobreza de uma profissão está no modo como os seus profissionais conduzem o ofício que escolheram. Motoristas, professores, médicos, advogados, empregadas domésticas e tantos outros trabalhadores podem ser adjetivados de nobres quando trabalham com compromisso, ética e oferecem qualidade naquilo que fazem. O médico Dennis Slamon, personagem principal do filme UMA CHANCE PARA VIVER, é exemplo de um trabalhador da saúde engajado, comprometido e disposto a enfrentar os “homens de negócios”, patrocinadores de uma medicina cada vez mais mercantilizada. Seguindo uma linha humanizadora, é um corredor na batalha contra o câncer de mama. Enfrentando as pedras no seu caminho (algumas delas postas pelas empresas farmacêuticas), solta o verbo diante dos representantes de uma burocracia médica enquadrada nos esquemas mercadológicos. Modelos médicos conflituam entre si, constituindo um campo de tensões. Há quem fale em medicina(s). Nicole, Ellie, Barbara, Sally e Tina são mulheres que têm câncer de mama e encontram um “amigo do peito” em Dennis Slamon. Como ele, existem exemplares profissionais espalhados pelo mundo afora. Diante dos que estão remando contra intervenções mais humanizadas, ele expõe, com indignação: “Quando eu era criança, vi um médico salvar a vida de meu pai e soube naquele momento o que eu queria fazer, pois quando salva uma vida, não salva apenas a pessoa, mas sim todos à sua volta”. Sensível, na busca por saídas através de uma droga experimental, sofre em uma situação limitadora: “Quando olho nos olhos de uma mulher e digo a ela que seu câncer é terminal e ela me diz: “Que outros tratamentos existem?” E eu digo: “Nenhum”. A saúde em nosso país clama por socorros. A pública, em particular, cobra por cuidados especiais. Qualidade para os seus serviços. Vida para o SUS. Os futuros profissionais da saúde devem ser formados para olharem, com destaque,  os hospitais públicos, onde eles põem o pé na realidade nada glamourosa da maioria da população e aprendem o que seja um fazer médico descalço, ou seja, próximo da dureza do cotidiano de quem conhece a pobreza e a exclusão. Afinal de contas, precisamos de mais pediatras do que cirurgiões plásticos. Não se trata de ser “uma irmã Dulce da medicina” mas simplesmente colocar em prática o juramento de Hipócrates, solenemente proferido em pomposas cerimônias de formatura e não transformá-lo em “hipócrita”. Concluo, dando voz a um expoente da medicina, com o seu legado de experiências e as palavras de quem fez “uma escolha pela vida”. Nas suas “cartas a um jovem médico”, Adib Jatene dá alguns nobres toques: “O médico que chega ao mercado agora precisa compreender que é um agente transformador capaz de lutar para que essa realidade se modifique. Ele precisa ter um núcleo de caráter forte o bastante para não se render às distorções às quais assiste, compreender os problemas, porém jamais ceder nos ideais que o levaram a lidar com a saúde. ...Quando você ajuda um doente, quando você lhe alivia o sofrimento, o doente fica grato, assim como toda a sua família. Essa é a grande recompensa desta profissão, reforça a auto-estima. Você pode não estar acumulando patrimônio, mas sente-se útil, uma vez que é capaz de ajudar às outras pessoas. Essa é uma posição filosófica e, portanto, nada mercadológica. Mas é justamente o objetivo que o médico jamais deve perder. Ele tem que estar consciente e certo de que os problemas que enfrenta só poderão ser melhorados com a sua participação. Se cruzar os braços e ceder, as coisas não caminharão sozinhas”. 



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