Na trilha de OS DOCES BÁRBAROS, reverencio mais uma noite de lua cheia, em Teresina. A doçura lunar invade a capital da cajuína cristalina, na poesia do “doce bárbaro” Caetano Veloso. Contemplá-la é uma atitude de reencantamento do mundo. Na robotizada corrida maluca do cotidiano, deixamos de atentar para a gratuidade dos brilhantes espetáculos produzidos pela dadivosa natureza. Extasiado com a luminosidade lunar, faço outra viagem musical e mais uma vez “caetaneio” com um êxtase experimentado pelo poeta diante de um outro show natural. QUEDA-D’ÁGUA é o título de uma canção de Caetano gravada pela “doce bárbara” Maria Bethania, a “abelha-rainha” da MPB. A citada pérola sonora é uma das faixas do seu saboroso disco MEL. A cor do som barulhinho bom faz um convite: “olha pro céu meu amor e vê como ele tá lindo”. Outubro rosa em um noturno alto astral:

A queda-d’água ergueu-se à minha

Frente

De repente

Tudo ficou de pé eternamente

A floresta, a pedra, o vento vertical

Do abismo

E o senhor que anima esse ambiente

Ficou comigo

Eu sou potente e contenho a visão

Da queda erguida d’água-vida, tão

Contente e são

Havia ali a presença toda sã

De minha irmã e (coisa mais que azul)

A lua, lua, lua, lua, lua

Sobre um pinheiro do sul