benedito batista farias filho

QUI - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA/CCN

PPGS003 - SEMINÁRIO DE PROJETO - Turma: 03 (2015.2)

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  • KIAROSTAMI COM CAMISINHA: A AIDS FAZ PARTE DO SEU SHOW? (2)
  • 29/11/2015 23:18
  • Texto:

    TELA SOCIOLÓGICA: A. B. C ÁFRICA. DIA 01/12/2015. SESSÕES: 16 E 18 HORAS. SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI). Benidicta tem 72 anos. Teve 11 filhos e todos morreram por causa da AIDS. 35 crianças estão sob os seus cuidados. A sua dramática situação é retratada no belo e cru A. B. C África, filme de Abbas Kiarostami que, entre abril do ano 2000 e março de 2001, narrou as sequelas da brutalidade dos conflitos civis e do flagelo da AIDS, em Uganda. É a sutileza do olhar cinematográfico dando visibilidade para o sofrimento humano. O continente africano constitui um particular capítulo na história social de uma doença que ainda faz parte do nosso show cotidiano. Em uma das tocantes cenas da citada obra, aparece um calendário de 1999 ladeado por uma imagem de  São João Paulo II, com as seguintes mensagens: “Permaneçam virgens”. “A virgindade é a melhor proteção contra o HIV”. “Virgindade para homens e mulheres”. Não esqueçamos que a nossa “civilização” foi imposta com a cruz e a espada. Em nome de Deus, tudo é justificável. O corpo de uma criança morta é coberto com pano e colocado sobre uma caixa rasgada para logo em seguida ser transportado na garupa de uma bicicleta. Morte banal, rotineira e vista todos os dias. Kiarostami produziu um documento histórico sensível, elevando a arte cinematográfica para patamares de alto padrão estético e responsabilidade artística para com as relevantes questões do nosso tempo. Com despudor, encara mosquitos, falta de energia elétrica e o risco de contrair malária. Câmera, luz e ação a serviço de um texto fílmico simples, delicado e crítico. A fotografia desvela a tragédia com a iluminação de quem vê além do imediato. Exercício transcendental vivenciado pelos autênticos artistas. É a marca de um cineasta politizado e atento aos sinais produzidos pelos paradoxos e ambivalências de um mundo de progressos e regressões. A mãe África, sob as lentes profundas do artista da beleza, geme as dores paridas pela crueldade humana. Mesmo com os ais dolorosos dos seus sofridos cotidianos, os africanos vistos na tela explicitam a “estranha mania de ter fé na vida”. É a raça de um povo duro na queda. IFARADÁ! 



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