A liberdade é azul. A igualdade é branca. A fraternidade é vermelha. A trilogia das cores constitui um denso capítulo na obra cinematográfica de Krzysztof Kieslowski. Tivemos o prazer de exibí-la no repertório de filmes da história de quase 15 anos da TELA SOCIOLÓGICA. Voltamos ao trabalho do referido cineasta com a exibição de AMARÁS A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS, o primeiro de uma série de dez filmes inspirados no decálogo bíblico. Texto fílmico revelador da complexidade da vida. A existência humana na busca dos sentidos. Maniqueísmos e reducionismos não têm vez quando mergulhamos nas razões profundas das nossas ações. Dando o tom filosófico da narrativa cinematográfica, o garoto Pawel questiona: “Por que as pessoas morrem?” “Por que as pessoas vivem?” “Acredita em Deus? ... O que é ele?” Questões atemporais que recebem um singular tratamento pelas sensíveis lentes de um olhar cinematográfico. Com a palavra o autor do reflexivo e belo produto artístico: “Desde de meus primeiros filmes, sempre tenho contado a história do homem que, por achar difícil se orientar neste mundo, não sabe como viver”. “Há seis mil anos, esses mandamentos têm sido inquestionavelmente corretos. Porém, nós os desobedecemos todos os dias. As pessoas sentem que a vida tem algo de errado. Há uma espécie de atmosfera que faz com que as pessoas busquem outros valores. Elas querem contemplar as questões básicas da vida e, provavelmente, é essa a verdadeira razão para contar essas histórias”. O pensador vai ao cinema e produz saber em um exercício transdisciplinar. Abertas para as múltiplas visões, as telas dos cinemas são janelas descortinadoras para quem vive em desassossego. AMARÁS A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS. TELA SOCIOLÓGICA DO DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2015. SESSÕES: 16 E 18 HORAS. SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI).