A G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira foi a campeã do carnaval carioca de 2016. Explodindo corações, ela homenageou a “abelha rainha” da Música Popular Brasileira: Maria Bethânia, a bordadeira da canção e a menina dos olhos de Oyá. A luminosa cantora disse sim ao chamado mangueirense e a “verde e rosa” comprovou que é lá na sua praia “onde o Rio é mais baiano”. Bethânia é a doce bárbara de canto visceral. Fera vocal de musicalidade delicada, amolada e explosiva. A concretização da ideia de que música é perfume. Uma brasileirinha bárbara e alteza. Pássaro proibido e mel na voz da intérprete que canta com todo o sentimento e emoções. A cantriz da companhia das letras dos poetas desassossegados. A artista de personalidade e opinião entra na sala de recepção dos sambistas que são bambas: Cartola, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Alcione, Emílio Santiago, Leci Brandão. Yes, nós temos Braguinha. Chico Buarque de Mangueira. Viva a velha guarda da Mangueira! A “capital do samba” é musa dos poemas musicais dos compositores que para ela dedicaram sambas. Destaco o samba “Mangueira, divina e maravilhosa”, composto por um de seus baluartes. Palmas para Nelson Sargento:

Mangueira

Teu passado de glória jamais findará

És a oração que eu vivo a rezar

Na beleza sonora dos teus sambas

Mangueira

És divina e maravilhosa

É tão envolvente o teu verde-e-rosa

Celeiro de cabrochas e bambas

Mangueira...

A tua imponência te fez grande escola

Teu poeta maior foi o mestre Cartola

Te deu formas e cores e te projetou

Mangueira

Na passarela és tão aguerrida

O povo só grita: “Mangueira querida”

E o tradicional “já ganhou”

Mangueira