Pescando pérolas musicais tenho a grata surpresa de ouvir o CD “Entre o Mar e o Sertão”, do cantor Marcos Lessa. O principal realce é a sua qualidade vocal. Uma bela voz, emitida por quem revela estar atento para com os cuidados técnicos no uso do precioso instrumento. Com canto elegante, afinação e cadência, o artista merece maior visibilidade. Na companhia de um repertório intergeracional, ele também apresenta o seu lado de compositor. Destaco a faixa “Trilha de Cinema”. Reverencia Tom Jobim e Vinicius de Moraes (O Morro não tem vez). A parceria entre Fagner e Fausto Nilo (Último Trem) recebe a sua interpretação. A canção que dá título ao disco é da dupla Evaldo Gouveia e Paulo Cesar Pinheiro. Marcos Lessa botou o seu bloco na rua e torço para que cresça o número dos seus seguidores. Os seus registros vocais promovem um balanço e uma bossa que trilham caminhos abertos por cantores do quilate de Agostinho dos Santos, Wilson Simonal e Emílio Santiago. Vozes privilegiadas que merecem ser seguidas por revelações sonoras que saibam cantar com estilo e virtuosidade. Marcos Lessa apresenta um barulhinho bom. Para ele tiro o chapéu. Uma d(i)scoberta que é um biscoito fino.