TELA SOCIOLÓGICA: SHIRLEY VALENTINE. DIA  9 DE MARÇO DE 2016. SESSÕES: 15 e 18 HORAS. LOCAL: SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI). Shirley Valentine, 42 anos, “mulher de meia-idade”, é uma personagem que representa o desejo das mulheres que clamam por liberdade. Quem objetiva romper com a imagem das “Amélias”, historicamente vistas como “objetos de cama e mesa”, vai ver em Shirley Valentine um exemplo de uma mulher que deixou de lado a mediocridade de uma “vidinha” ao lado de Joe, o marido de 40 anos, “um machão britânico” que não valorizava a esposa que ficava como uma “rainha do lar”, na companhia dos pratos e da pia, desabafando para as paredes. Espirituosa, Shirley dispara: “Casamento é como o Oriente Médio. Não há solução”. Cansada da sua machista rotina, ela decide dar uma virada na sua vida e parte para uma aventura na Grécia. Longe do fogão, na contemplação das paradisíacas paisagens gregas, ela ataca de pensadora: “Para que ter toda uma vida, se não fazemos proveito dela?” “Para que todos esses sentimentos e sonhos e esperanças se nunca os usamos?” Sob a cumplicidade das ondas marítimas, mergulha em um namoro com Costas Demitriadis, um homem sedutor que desconcertou a “doidinha” Shirley: “Você beijou minhas estrias”. Costas justifica o seu sensual ato: “Não seja boba de esconder estas linhas. Elas são adoráveis, pois fazem parte de você e você é adorável, então não as esconda. Tenha orgulho delas, deve mostrá-las. Estas marcas mostram que você está viva que você sobrevive. Não esconda estas linhas. Elas são marcas da vida”. Diante de experiências novas e deleitantes, Shirley resume a sua fase de emancipada: “Eu me apaixonei pela ideia de viver”. “...Voltei a realmente gostar de mim”. Na sua pretensão de não fugir da vida, em nome da mudança, Shirley Valentine iniciou um romance consigo mesma e rompeu com a sua devoção “A Nossa Senhora da Pia da Cozinha”.