SANDRA MARIA MENDES DE MOURA DANTAS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA/CCN

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sandra maria mendes de moura dantas

BIO - DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA/CCN

PPGS024 - TEORIA SOCIOLÓGICA I - Turma: 01 (2016.1)

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  • AS MÃES DA TROPICÁLIA
  • 07/05/2016 23:28
  • Texto:

    TROPICÁLIA OU PANIS ET CIRCENCIS (1968) é um patrimônio da grande discoteca brasileira. Produto musical que fez história. Sob a regência de Rogério Duprat, as estrelas artísticas de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes, Nara Leão, Tom Zé, Torquato Neto e Capinan. Marcador identitário do universo tropicalista, é um disco que desafinou o “coro dos contentes”. Loucura torta de anjos musicais inconformados e resistentes. Som para as vitrolas de todas as gerações. Sonoridade referência, aberta e despudorada. Entre as 12 composições do transgressor barulhinho bom, chama a atenção duas pérolas musicais que tematizam a figura materna. Na desobediência criativa dos tropicalistas, as donas Canôs são evocadas. Na faixa 2, Caetano Veloso relê a dramática narrativa sonora de Vicente Celestino com o seu CORAÇÃO MATERNO. Na faixa 10, Gal Costa solta a voz na estimulante e libertária MAMÃE, CORAGEM (Caetano Veloso/Torquato Neto). Na trilha provocativa e ousada da tribo tropicalista, saboreio o biscoito fino por ela fabricado. Segue a letra do maternal amor Celestino:

    Disse um campônio à sua amada:

    “Minha idolatrada, diga o que quer

    Por ti, vou matar, vou roubar

    Embora tristezas me causes, mulher

    Provar quero eu que te quero

    Venero teus olhos, teu porte, teu ser

    Mas diga, tua ordem espero

    Por ti não me importa matar ou morrer”

     

    E ela disse ao campônio, a brincar:

    “Se é verdade tua louca paixão

    Parte já, e pra mim vai buscar

    De tua mãe inteiro o coração”

    E a correr o campônio partiu

    Como um raio na estrada sumiu

    Sua amada qual louca ficou

    A chorar, na estrada tombou

     

    Chega à choupana o campônio

    Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar

    Rasga-lhe o peito o demônio

    Tombando a velhinha aos pés do altar

    Tira do peito sangrando

    Da velha mãezinha, o pobre coração

    E volta a correr, proclamando:

    Vitória, vitória tem minha paixão

     

    Mas em meio da estrada caiu

    E na queda uma perna partiu

    E à distância saltou-lhe da mão

    Sobre a terra o pobre coração

    Nesse instante uma voz ecoou:

    “Magoou-se, pobre filho meu?

    Vem buscar-me, filho, aqui estou

    Vem buscar-me, que ainda sou teu”



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