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PPGPP100 - ATIVIDADE PROGRAMADA I - Turma: 04 (2016.1)

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  • UM GOLPISTA A PLENO SOL
  • 16/05/2016 00:02
  • Texto:

    TELA SOCIOLÓGICA: O SOL POR TESTEMUNHA. DIA 17 DE MAIO DE 2016. SESSÕES: 16 E 18 HORAS. SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI). O SOL POR TESTEMUNHA (PLEIN SOLEIL) é o título do filme de René Clément, adaptado do livro O TALENTOSO RIPLEY, uma ficção policial e de mistério da escritora Patricia Highsmith. Literatura e cinema afinados em uma obra artística consistente. Tom Ripley é o protagonista da narrativa em foco. Apresentado como uma figura amoral, ele é o modelo literário e fílmico para todos os indivíduos que fazem uso do vale-tudo para a consecução dos seus objetivos. Os golpistas de todas as épocas veriam nele um espelho. Um personagem complexo, tradutor das ambiguidades e contradições humanas. Na sua amoralidade, passa por cima de tudo o que venha a obstaculizar os seus interesses particulares. Os Ripleys fazem parte dos nossos shows cotidianos. Os projetos públicos são preteridos em função dos seus exacerbados eus. Primeiro eu é um dos lemas que seguem. No campo da política, eles transformam-se em genocidas. O desvio do dinheiro público, em proveito próprio, é uma dentre as múltiplas façanhas da capacidade dos Ripleys históricos. O talento de Ripley para eliminar quem aparece como uma pedra no seu caminho fornece mais uma oportunidade cinematográfica para refletirmos sobre as múltiplas potencialidades humanas. Luzes e trevas marcam as ambivalências das nossas atitudes cotidianas. O cinema pensa. Colocá-lo nos quadros da reflexão, considerando os filmes como formas de pensamento, é a perspectiva de Julio Cabrera. O filósofo vai ao cinema para trabalhar os “conceitos-imagem” em uma singular introdução à filosofia. Para quem quiser aprofundar o seu conhecimento sobre a desassossegadora criatura de Patricia Highsmith, convém a leitura do seu texto escrito. Segue um dos seus fragmentos:

    “Dickie estava simplesmente se livrando dele. Se ele o matasse nessa viagem, pensou Tom, poderia dizer apenas que havia acontecido algum acidente. Poderia... Acabara de pensar em algo brilhante: poderia se tornar o próprio Dickie Greenleaf. Podia fazer qualquer coisa que Dickie fazia. Poderia voltar para Mongibello e pegar as coisas de Dickie, contar alguma história para Marge, arranjar um apartamento em Roma ou Paris, receber o cheque de Dickie todo mês e falsificar a assinatura dele. Poderia tomar o lugar de Dickie. Ele teria o Sr. Greenleaf, o pai, comendo em sua mão. O perigo dessa ideia, e mesmo seu caráter inevitavelmente temporário, algo que ele percebia de maneira vaga, apenas o entusiasmou ainda mais. Começou a pensar em como realizá-la”. 



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