BRUNA KAREN CAVALCANTE FERNANDES

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM/CSHNB

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bruna karen cavalcante fernandes

ENJ - COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM/CSHNB

PPGS024 - TEORIA SOCIOLÓGICA I - Turma: 01 (2016.1)

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  • MARIE CUSPIRIA NO ROSTO DE DEUS
  • 22/06/2016 22:21
  • Texto:

    Como reagimos diante da perda de um ente querido? As respostas à singularidade de tal situação são as mais variadas. Não existem fórmulas de como lidar, no cotidiano, com a partida definitiva de quem amamos. Perder um filho ou o primeiro grande amor da vida é sinônimo de dor. O belo e profundo JUVENTUDE, filme de Ingmar Bergman, toca na questão da morte. Marie perde Henrik, um jovem com o qual viveu uma intensa e inesquecível iniciação amorosa. Alguém com quem esperava viver o restante dos seus dias. Com a violenta separação, é tomada por sentimentos de inconformismo e revolta, dirigidos para a figura divina, considerada pelos indivíduos religiosos como a força criadora de todas as coisas. Um momento doloroso, marcado por questionamentos acerca do significado de um acontecimento brutal, que pôs um fim ao encantamento de quem principiava uma inédita experiência de namoro. O parceiro do primeiro beijo foi levado do seu convívio. A ideia do absurdo entra em cena. Um denso momento da narrativa é visto no diálogo entre Marie e o seu tio Erland, após o falecimento de Henrik. Erland, questionado pela sobrinha sobre o significado dos acontecimentos vividos, emite a seguinte fala: “Não, minha menina. Nada significa nada, no final das contas”. E enfatiza: “Assim é a vida”. Para “proteger-se do toque do infortúnio”, Erland evoca a imagem de um “muro” a ser erguido. Falas provocativas de um cineasta filósofo. Com a palavra, o ai doloroso de Marie:

     Todos estão vivos.

    Eles andam pelas ruas.

    E aqui eu estou,

    Comendo e bebendo.

    No teatro, dançamos e brincamos.

    Henrik está deitado lá fora,

    Começando a apodrecer.

    Um momento atrás,

    Estávamos rindo de tudo.

    Ele estava em meus braços.

    Eu beijava os seus lábios.

    ...Nada tem sentido?

    ...Não acredito que Deus exista.

    E se ele existe, eu o odeio.

    E nunca vou deixar de odiá-lo.

    Se ele ficasse do meu lado,

    Eu cuspiria no seu rosto.

    Eu vou odiá-lo enquanto eu viver.

    Eu não esquecerei.

    Vou odiá-lo até o dia em que eu morrer.



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