TELA SOCIOLÓGICA: O REI DA NOITE. DIA 21 DE JULHO DE 2016. SESSÕES: 16 e 18 HORAS. SALA DE VÍDEO II (CCHL/UFPI). Paulo José interpreta Tertuliano Jatobá da Silva, o Tezinho, O REI DA NOITE do filme de Hector Babenco. Um personagem multifacetado que transita do romântico ao macho. Das cartas de amor com Aninha aos tapas e beijos com Pupi. Uma figura de tertúlias e que desperta tesão. Não admite que homem chore mas chora com a infidelidade de uma das suas mulheres. Ele pode ter outra(s). Elas são exclusividade dele. Mulherengo, transita da casa para a rua: do ambiente familiar da Dona Sinhá e as três Marias, suas filhas, as  “felicidades” da sua vida (Maria do Socorro, Maria das Graças e Maria das Dores), ao espaço boêmio da boate, o sedutor “Tezinho das meninas”. Do recato das prendadas moças das “boas famílias” aos programas com as “rainhas da noite”, ele protagoniza a sua “ópera do malandro”. Dona Sinhá acalentava um sonho em relação ao seu trio filial mariano: “Saindo da igreja de véu e grinalda, aí eu posso morrer”. Todas as suas filhas foram seduzidas por Tezinho. O destino delas era “pecar”. Aqui, as máscaras são desvendadas e evocamos a dramaturgia de Nelson Rodrigues com os seus vestidos de noiva e as suas bonitinhas mas ordinárias donzelas. Imagens cristãs decorando salas e quartos familiares que assistem aos atos humanos das desejantes criaturas. Lares habitados por ais dolorosos e gozosos. Sem maniqueísmos, somos portadores de múltiplas vozes. Caseiros e boêmios, sagrado e profano. Carentes que gritam em várias direções. Marcados pela complexidade. E o cinema transporta para as suas telas a nossa tragicomédia. Para ver e pensar. Obrigado Babenco!