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PPGPP101 - ATIVIDADE PROGRAMADA II - Turma: 10 (2016.2)

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  • CORRUPÇÃO CAUSA DIARREIA
  • 09/12/2016 22:49
  • Texto:

    9 de dezembro é o Dia Internacional contra a Corrupção. Diante das práticas corruptas, um atentado à dignidade humana, a nossa indignação. Corrupção é um conceito elástico. Vai de um trabalho escolar copiado da internet ao desvio de dinheiro público. Entre nós tem endereço no planalto central e nas planícies periféricas dos nossos Brasis. Desconhecem barreiras classistas. Aldeias e Aldeotas, Leblons e Rocinhas, da nossa pátria descuidada, conhecem os seus atos imorais. E por falar neles, protagonizam uma obra cinematográfica de Stephen Frears. O jeitinho brasileiro e a lei do tirar vantagem das situações, práticas cotidianas na história do país das chuteiras, são por eles contaminados. Atingem todas as instituições. Escolas, famílias, igrejas e parlamentos conhecem as suas iniquidades. Onde quer que os humanos estejam, as ações corruptas marcam presença. Depõem contra nós. Urge controlar o potencial corrosivo das mesmas. Os políticos corruptos, em particular, estão entre as nossas piores pragas. Eles estão bem representados pelos nefastos cupins que aparecem nas cenas finais de “Aquarius”, filme de Kleber Mendonça Filho. Negam a ética da responsabilidade. Precisam ser eliminados da cena política. Eles são as caras dos podres poderes. Na companhia da poesia de Ferreira Gullar, evoco o seu poema A BOMBA SUJA no qual ele introduz a palavra diarreia para que possamos refletir sobre as sujeiras nossas de cada dia. Daí reflito sobre o que a corrupção semeia. Ela, como uma diarreia, sujam, ferem, eliminam e matam milhões de brasileiros(as). É o poema brasileiro, do homem comum que resiste e cultiva a “estranha mania de ter fé na vida”. É preciso ter força e raça para reagir. O poeta é o tradutor do cidadão indignado:

    Cabe agora perguntar

    Quem é que faz essa fome,

    Quem foi que ligou a bomba

    Ao coração desse homem.

     

    Quem é que rouba a esse homem

    O cereal que ele planta,

    Quem come o arroz que ele colhe

    Se ele o colhe e não janta.

     

    Quem faz café virar dólar

    E faz arroz virar fome

    É o mesmo que põe a bomba

    Suja no corpo do homem.

     

    Mas precisamos agora

    Desarmar com nossas mãos

    A espoleta da fome

    Que mata nossos irmãos.

     

    Mas precisamos agora

    Deter o sabotador

    Que instala a bomba da fome

    Dentro do trabalhador.

     

    E sobretudo é preciso

    Trabalhar com segurança

    Pra dentro de cada homem

    Trocar a arma da fome

    Pela arma da esperança.



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