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PPGPP101 - ATIVIDADE PROGRAMADA II - Turma: 10 (2016.2)

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  • O TEATRO GESTUAL DA COMPANHIA DOS À DEUX
  • 04/02/2017 23:34
  • Texto:

    Viva o teatro! Assistir a um bom espetáculo teatral é uma experiência das mais gratificantes. Infelizmente, no nosso país, principalmente nas capitais nordestinas, são raras tais oportunidades. Os nossos gestores são descuidados quando o assunto é política cultural. No meio das artes, o teatro acaba ficando na periferia. Faço referência a grupos teatrais comprometidos com a qualidade artística dos seus projetos. Companhias que investem em pesquisa e montam repertórios substantivos. Artistas engajados em uma teatralidade reflexiva, questionadora e conceitual. Os meus aplausos vão para a COMPANHIA DOS À DEUX com o seu espetáculo IRMÃOS DE SANGUE. Beleza, profundidade e delicadeza em uma impactante montagem concebida por um “teatro gestual”. Voltei aos meus tempos de criança, em uma encenação evocativa das nossas memórias. Pular corda, brincar de ficar escondido, jogo com pedras e outras reinações infantis. Em eletrônicas eras, quem ainda cultiva tais ludicidades? Através da figura materna e o seu trio de filhos, interpretados por atores qualificados, projetamos as dores e as delícias das nossas relações familiares. Com seus símbolos e sentidos, a cena teatral apresenta farto material para leituras psicanalíticas. A umbilicalidade do relacionamento entre a mãe e seus rebentos é desvelada com a loquacidade dos falantes corpos. No cotidiano, tapas e beijos fazem parte do show familiar. Com originalidade, a COMPANHIA DOS À DEUX  provoca o espectador para uma reconstrução das suas trajetórias desde a época da meninice ao adulto que somos hoje. O menino que habita o “Senhor” que sou hoje é fonte de alento. Longe de mim tirá-lo das minhas cenas. Uma viagem teatral lúdica que encara as brincadeiras, abraços, perdas e danos das nossas delicadas relações afetivas. O palco iluminado espelha as nossas lembranças. Lembro da canção “Meus Tempos de Criança”, na voz de Ataulfo Alves. O desenho da luz é finíssimo. Dos jogos infantis à partida dos nossos entes queridos, a sensível narração cênica das nossas experiências caseiras ganha densidade nos expressivos gestos corporais dos talentosos artistas. A magia do teatro, experimentada em IRMÃOS DE SANGUE, afirma o desassossego da arte em seu compromisso com a reflexão e a beleza. Tais notas são o resultado de alguém que vai ao teatro mágico e é afetado pelo clarão irradiado pelos amantes das concepções artísticas.



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