-

PPGPP101 - ATIVIDADE PROGRAMADA II - Turma: 10 (2016.2)

Visualização de Notícia
  • RÉQUIEM PARA GIUSEPPE
  • 17/02/2017 23:49
  • Texto:

    O personagem principal do filme MANCHESTER À BEIRA-MAR, de Kenneth Lonergan, perde todos os seus três filhos. Em uma das cenas, ele afirma: “Eu não consigo superar”. “A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”. Da ópera de Chico Buarque para o cinema, o luto tem sido alvo de diversas leituras cinematográficas. Em destaque a centralidade das nossas afetividades. Trago à memória o belo e profundo O QUARTO DO FILHO, de Nanni Moretti. Uma explosão de sentimentos e emoções. A perda de um filho é mais uma vez foco da atenção de textos fílmicos. A ESPERA, de Piero Messina narra, com delicadeza, a experiência de perder um “pedaço de si”. A singularidade dramática de uma partida filial é contada com uma sensibilidade compatível com os ais dolorosos de quem já passou por tal calvário. O ritmo da obra sintoniza com a não linearidade do processo de elaboração da ausência de um ente querido. A trilha sonora reflete a via crucis, o lamento e o noturno do drama materno. Em tela os desdobramentos subjetivos do enlutado. “Quando Giuseppe vai chegar?” O tempo passa para quem fica esperando e ele não chega. Que mecanismos psicológicos entram em cena na atitude de uma mãe que não encontra forças para contar, à namorada do seu filho, que ele morreu? O não pronunciamento do “ele está morto” dá o tom dramático de uma situação de particular exigência para os seus protagonistas. Não fugir da dor demanda esforço, investimento. Estágios atravessados sem receitas e fórmulas prontas. Onde encontrar âncoras? A linguagem cinematográfica, ao seu modo, toca, emociona e provoca reflexões sobre as vulnerabilidades e sentidos que mediam as nossas precárias existências. A sociedade de risco confirma que “para sempre é sempre por um triz”.



Voltar

SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | sigjb06.ufpi.br.instancia1 vSIGAA_3.12.1100 24/08/2024 23:20