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PPGPP101 - ATIVIDADE PROGRAMADA II - Turma: 10 (2016.2)

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  • MINHA VIDA DE ABOBRINHA
  • 23/02/2017 23:30
  • Texto:

    As animações cinematográficas levam as suas lentes para um específico espaço: os orfanatos. A primeira delas, o encantador A BAILARINA, de Eric Summer e Eric Warin. A protagonista sonha alto embalada por uma trilha Tchaikowskyana. Da orfandade para o Lago dos Cisnes. Sonho europeu. Tocante. É um termo preciso para adjetivar MINHA VIDA DE ABOBRINHA, de Claude Barras. Uma animação feita com cabeças suíças e francesas. Obra indicada para todas as idades. Profunda, cativante e promotora de reflexões. O filme dá um toque especial. Ser radical é ir na raiz das questões que geram desassossego. Que motivos levam crianças para serem internadas em orfanatos? O tema da família ganha centralidade. Conflitos domésticos são apontados como as principais razões. As drogas e as violências nos lares estão entre as causas apontadas no texto fílmico focalizado. A dimensão afetiva e suas cargas de emoções e sentimentos são encenadas. As carências expostas pelas crianças, ao longo da narrativa, são preenchidas pela construção de laços afetivos entre elas. O tema da adoção é encarado através da humanizada figura de um policial que adota dois órfãos, entre os quais o garoto protagonista. A menção dos atos criminosos cometidos pelas figuras paternas e assuntos ligados ao desabrochar da sexualidade dão um tom ousado ao trabalho artístico. Educar para a vida não deveria ser a perspectiva da nossa formação desde a infância? Como nascemos? Continuaremos a reproduzir a história da cegonha? Uma mensagem construcionista ganha relevância: somos construídos socialmente. Nossos marcadores identitários resultam de uma conjunção de influências do contexto social no qual nos formamos. Somos convidados a refletir sobre o porquê de uma determinada situação. Ninguém nasce ladrão. Torna-se. A música “Meu Guri”, de Chico Buarque, vem à minha memória. Em violentos tempos deveríamos focar nas causas diversas, entre as quais as de ordem estrutural, engendradoras de tanta barbaridade. Estacionar no medo e pousar de vítima é uma atitude limitada. O que está em jogo não é uma simples questão de segurança pública. Para os medrosos, o recado de Mark Twain: “Coragem é a resistência ao medo, o domínio sobre o medo, não a ausência do medo. MINHA VIDA DE ABOBRINHA é um desenho animado inovador. Diverte com densidade. Temas graves entram nas conversas entre os meninos e as meninas. Realismo temperado com ternura. Diversão encantadora e grave. No idioma francês, a meninada entretém e faz com que o espectador reflita. Refletir é preciso.



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