SHAKESPEARE PEDE SOCORRO NO IMPÉRIO DO EFÊMERO: No dia mundial do teatro, compartilho da radiografia feita por Mario Vargas Llosa sobre o nosso tempo e a nossa cultura. Segundo ele, “o único valor é o comercial”, ou seja, “o único valor existente é agora o fixado pelo mercado”. No livro A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO, Vargas Llosa expõe a sua constatação: “A diferença essencial entre a cultura do passado e o entretenimento de hoje é que os produtos daquela pretendiam transcender o tempo presente, durar, continuar vivos nas gerações futuras, ao passo que os produtos deste são fabricados para serem consumidos no momento e desaparecer, tal como biscoitos ou pipoca. Tolstoi, Thomas Mann e ainda Joyce e Faulkner escreviam livros que pretendiam derrotar a morte, sobreviver a seus autores, continuar atraindo e fascinando leitores nos tempos futuros. As telenovelas brasileiras e os filmes de Hollywood, assim como os shows de Shakira, não pretendem durar mais que o tempo da apresentação, desaparecendo para dar espaço a outros produtos igualmente bem-sucedidos e efêmeros. Cultura é diversão, e o que não é divertido não é cultura”.