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FPI/CCHL/MS Disciplina: Metodologia de Pesquisa I Semestre: 2015-1 Professora: Dra. Dione Morais Ementa: Ciência e cientificidade: unidade, diversidade e condições teóricas e históricas da produção científica, lato sensu, e das ciências sociais, em particular. Epistemologia interna: critérios de cientificidade com recurso aos instrumentos disciplinares, como a dimensão metodológico-sintáctica organizadora do discurso e a dimensão teórico-semântica que se debruça sobre a relação com os referentes. Epistemologia externa: estado da problemática do campo científico, a qual define problemas e conduz as pesquisas por recurso ao conjunto teórico, metodológico e técnico disponível: das redes de interação e de causalidade que articulam os processos científicos aos processos globais do contexto, nas dimensões de âmbito político, econômico, social, institucional, simbólico. Condições sociais da produção científica susceptíveis de interferir no plano da investigação em suas relações diferenciadas com os processos sociais, assim como as condições de resistência e de autonomia da prática científica, nos processos de ruptura, construção e constatação. Processos discursivos (dialética, fenomenologia, quantificação, método hipotético-dedutivo) e quadros de referência (positivismo, compreensão, funcionalismo, estruturalismo) clássicos e desenvolvimentos recentes (pesquisa ação; pós-modernismo; epistemologia feminista...) nas ciências sociais. Rupturas, ressonâncias e cruzamentos entre aspectos e dimensões analíticas de escolas de pensamento ou tradições epistemológicas. Objetivo Geral: Compreender o processo de produção do conhecimento científico, com vistas a situar as Ciências Sociais, em especial, a Sociologia, no campo da cientificidade Objetivos específicos: -Assimilar a natureza do conhecimento científico, nas perspectivas histórica e teórico-metodológica e em sua relação com outras formas de conhecimento; -Apreender as bases da epistemologia interna e externa do conhecimento científico, em especial, das ciências sociais; - Reconhecer os pólos epistemológicos e teóricos da pesquisa em ciências sociais, através dos processos discursivos e dos quadros de referência, que constituem suas bases Conteúdo Programático UNIDADE 1 Sociologia no campo de conhecimento científico. Ciência e cientificidade: unidade, diversidade, simplificação, complexidade. (3 sessões = 09 horas/aula). Desenvolvimento: ciências e ciências coais. Dimensão epistemológica das ciências sociais no campo da cientificidade. Avaliação, da unidade: trabalho escrito.
Referências BOURDIEU, P. Introdução a uma sociologia reflexiva. In: O poder simbólico. Bertrand Brasil, 2009, pp. 17-56 (T1) COUTINHO, M. T. C.; CUNHA, S. E. A construção de conhecimento: uma visão histórico-filosófica. In: Os caminhos da pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte: Puc-Minas, 2004, pp. 11-38 (T2) GEERTZ, C. Como pensamos hoje: a caminho de uma etnografia do pensamento moderno. In: O saber local. Petrópolis: Vozes, pp. 220245. (T3) GIDDENS, A. O que é ciência social? In: Em defesa da sociologia. São Paulo: UNESP, 2001, pp.97-114. (T4) HABERMAS, J. O dualismo das ciências naturais e das ciências humanas. In: A lógica das ciências sociais. Petrópolis: Vozes, 2009, pp. 9-71(T5) LADRIÈRE, J. Prefácio. In: BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica de pesquisa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 199, pp. 9-22 (T 6) ??MORIN, E. O pensamento dissimulado (paradigmatologia). In: O método 4. As idéias. Habitat, vida, costumes, organização. Porto Alegre: Sulina, 2001, pp. 258-295 (T7) MORIN, E. Uma concepção reformada da sociologia. In: Sociologia. Portugal: Publicações Europa-América, 1998, pp. 9-15 (T8) Sessões Sessão 1 T2 ? T7 Sessão 2 T3- T5- T6 Sessão 3 T1- T4- T8
UNIDADE 2 Perspectivas teórico-metodológicas em Sociologia: ?Escolas? e tendências. 1 sessão de 3 horas + 2 sessões de 4 horas 11 horas/aula
Desenvolvimento: foco nas dimensões epistemológica e teórica. Abordagem de perspectivas clássicas e de ?grandes escolas? das Ciências Sociais, com realce na abordagem metodológica. Avaliação: apresentação de seminários, em Espaços de Diálogos (ED´s) por mestrando/as
ED 1: Diferentes trilhas no processo de objetivação: lições de método nos clássicos DURKHEM, E. O que é fato social? Regras relativas à observação dos fatos sociais. In: As regras do método sociológico. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1990, pp.13-40. MARX, K. O método da economia política . In: Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: expressão Popular, 2008, pp. 257-267 WEBER, M. A ? objetividade? do conhecimento nas ciências sociais. In: Metodologia das ciências sociais. Parte 1 . São Paulo: Coretez edirora, 1993, pp.107-154.
ED 2: Funcionalismo e Estruturalismo: eclipse do sujeito? GIDDENS, A. Funcionalismo aprés la lute. In: ----------. Em defesa da sociologia. Ensaios, interpretações e tréplicas. São Paulo: EdUNESP, 2001, pp. 115-160 (ED 2) MOORE, W. E. O funcionalismo. In: BOTTOMORE, T.; NISBET R. História da análise sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. pp. 421-474 (ED 2) BOTTOMOE, T.; NISBET R. Estruturalismo. In: ---------. História da análise sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. pp. 727-779 (ED 2)
ED 3 ? Sentidos na interação humana, na cultura GIORGI, A. Sobre o método fenomenológico utilizado como modo de pesquisa qualitativa nas ciências humanas: teoria, prática e avaliação. In: POUPART, J. e al (org) A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Vozes, 2008, pp. 386435 (ED 3) HAGUETTE, T. A interação simbólica. In: metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: Vozes, 1987, pp. 23-42 (ED 3) COULON, A. Cap. II: história do movimento etnometodológico/ Cap. III: os conceitos-chaves da etnometodologia. In: Etnometodologia. Petropólis: Vozes, 1995, pp. 19-28; 29/48 (ED 3) ED 4 - Novas perspectivas epistemológicas LAYTON. R. O pós-modernismo e a antropologia. In: Introdução à teoria antropológica. Lisboa: Edições 70, 1997, pp. 245-285. (ED 4) RAGO, M. Epistemologia feminista, gênero e história. http://www.moodle.ufba.br/file.php/12635/Carla_Akotirene/Epistemolog ia_Feminista.pdf, 11 p. (ED 4) SEDGWICK, e. K. A epistemologia do armário. Cadernos Pagu (28), janeiro-junho de 2007:19-54. http://www.scielo.br/pdf/cpa/n28/03.pdf (ED 4).
UNIDADE III Realizando a pesquisa: métodos e técnicas Pólos morfológico e técnico da pesquisa. Trabalho de campo e ética na pesquisa. Coleta de informações, processamento e construção de dados. Elaboração de relatórios. (5 sessões de 4 h = 20 h) Desenvolvimento: abordagem das dimensões morfológica e técnica da pesquisa: tipos de pesquisa, trabalho de campo e técnicas de pesquisa (entrevista, questionário, observação participante, diário de campo, história oral/ história de vida, pesquisa em fontes secundárias e terciárias). Ética na pesquisa. Avaliação, da unidade: seminários (ED´s) apresentados por mestrando/as (Espaços de Diálogos (EDs).
Vídeo: Para que fazer pesquisa de campo? Dos fatos empíricos às idéias sociológicas http://sociologia.fflch.usp.br/node/362
Referências BOURDIEU. P. A construção do objeto. In: Oficio de sociólogo. Petrópolis: Vozes, 2004, pp. 45-72 (T 1) BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Introdução. Metodologia e prática da pesquisa em ciências sócias. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991, pp. 25-38 (T 2) BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Os modos de investigação sociais. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991, pp. 221-251 (T 3) THIOLLENT, M. Introdução: a procura de alternativas metodológicas. In: Crítica metodológica, investigação social e enquête operária, São Paulo: Polis, 1987, pp. 15-30. (T4) COLOMBO, E. Descrever o social ? a arte de escrever a pesquisa empírica. In: MELUCI, A. Por uma sociologia reflexiva. Pesquisa qualitativa e cultura. Petrópolis: Vozes, 2005, pp. 265-288 (T 5)
?ESPAÇOS DE DIÁLOGOS? Técnicas de pesquisa. Temas e referências ED 1- Observando, estudando casos e registrando BRANDÃO, C. R. Cenários e momentos da vida camponesa: três dias de caderno de campo em uma pesquisa no Pretos de Baixo do Bairro dos Pretos, em Joanópolis, São Paulo. In: NIEMEYER, A. M. GODOI, E. P. (orgs.) Além dos territórios. Campinas: Mercado de letras, 1998, pp.133-166. (ED 1) OLIVEIRA, L. R. C. Pesquisa em versus pesquisa com seres humanos. In: VICTORA et al (orgs.) Antropologia e ética. O debate atual no Brasil. Niterói: EdUFF, 2004, pp.33-44 ( ED 1) VELHO, G. Observando o familiar. In: NUNES, E. (org.) A aventura sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1978, pp. 36-45 (ED 1) WHITAKER, D. et al. A questão do registro e da memória do pesquisador. In:--------. Sociologia rural: questões metodológicas emergentes. São Paulo: Letras à margem, 2002, pp. 121-168 (ED 1)
ED 2- Perscrutando o cotidiano MARTINS, J. S. A fotografia e a vida cotidiana: ocultações e revelações. In: Sociologia da fotografia e da imagem. São Paulo: Contexto, 2008, pp. 33-62 (ED 2) MENEGON, V. M. (1999). Por que jogar conversa fora? In: M. J. Spink (Ed.). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: Aproximações teóricas e metodológicas. São Paulo: Cortez, pp. 215-241. (ED 2) OLIVEIRA, R. C. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. In: O trabalho do antropólogo. Brasília: paralelo 15/ São Paulo: UNESP, 2000, pp. 17-36 (ED 2) PAIS, J. M. Fontes documentais em sociologia da vida quotidiana. Analise Social, vol. XX, n.83. 1984-4°, pp. 507-519 (ED 2)
ED 3- Realizando e transcrevendo Entrevistas/Histórias e vida BOURDIEU, P. Compreender. In: --------. (coord.) A miséria do mundo. Petrópolis: Vozes, 1997, pp. 693-732. (ED 3) GASKELL, G. entrevistas individuais e grupais. In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 2003, pp. 64-89.(ED 3) MICHELAT, G. Sobre a utilização de entrevistas não-diretivas em sociologia. In: THIOLLETN, M. Crítica metodológica, investigação social e enquête operária, São Paulo: Polis, 1987, pp. 191-211. (ED 3) RIBEIRO, M. As historias de vida enquanto procedimento de pesquisa sociológica. Revista Crítica de Ciências Sociais. Lisboa, n. 44, dez./1995, pp. 125-141. (T 4- ED 3)
ED 4- Elaborando e realizando Surveys: questionários
BABBIE, E. Conceituação e desenho de instrumentos. In: Métodos de pesquisa de survey. Belo Horizonte: UFMG, 2003, pp. 179- 211. (ED 4) MAY, T.; WILLIAMS, M. Surveys sociais: do desenho à análise. In: Pesquisa social ? questões, métodos e processos. Porto Alegre: Artmed, 2004, pp. 109- 144. (ED 4) APPOLINÀRIO, F. Amostragem. In: Metodologia científica.- Filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Thomson Learning, 2006, pp. 125-131 ( ED 4)
SCHWARTZMAN, S. ?Brain Drain?: Pesquisa multinacional? In: NUNES, E. (org.) A aventura sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1978, pp. 68-85 (ED 4)
ED 5- Pesquisa documental em fontes secundárias CELLARD, A análise documental. In: A pesquisa qualitativa. Enfoques epistemológicos e metodológicos; Petrópolis: vozes, 1997, pp. 295-316 (ED 5) LOIZOS, P. Vídeo, filme e fotografias como documentos de pesquisa. In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. (org.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 2003, pp. 137-155. (ED 5) MAY, T. Estatísticas oficiais: tópico e recurso In: Pesquisa social ? questões, métodos e processos. Porto Alegre: Artmed, 2004, pp. 89-108. (ED 5 ) SPINK, P. Análise de documentos de domínio público. In: SPINK, M. J (org.) Práticas discursivas e produção de sentido no cotidiano. São Paulo: Cortez Editora, 2000, pp. 123-151. (ED 5)
ED 6- Sistematizando informações, construindo dados e escrevendo
APPOLINÁRIO, F. Tabulação de dados: transformando a coleta em planilhas/Introdução à análise quantitativa dos dados In: Metodologia científica. Filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Thomson Learning, 2006, pp. 141-144/145-157 (T 1- ED 6) APPOLINÀRIO, F. Introdução à análise qualitativa de dados. In: Metodologia científica.- Filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Thomson Learning, 2006, pp. 159-168 (T 2 - ED 6) SPINK, M. J.P.; LIMA, H. Rigor e visibilidade: a explicitação dos passos da interpretação In: SPINK, M. J (org.) Práticas discursivas e produção de sentido no cotidiano (org). São Paulo: Cortez Editora, 2000, pp. 93-122. (T 4- ED 6) WHITAKER, D. et al. A transcrição da fala do homem rural: fidelidade ou caricatura? In: WHITAKER, D. Sociologia rural: questões metodológicas emergentes. Presidente Venceslau, São Paulo: Letras à margem, 2002, pp. 115-120. (ED 6)
Programação sessões
UNIDADE 3 Planejamento da pesquisa: produção de conhecimento no Mestrado de Sociologia/UFPI Concepção e planejamento: o projeto de pesquisa científica. (5 sessões de 4 horas = 20 h)
Desenvolvimento: abordagem do tema do planejamento da pesquisa, com foco nos projetos de pesquisa do/as mestrando/as, os quais serão debatidos em sala de aula. Avaliação: apresentação e debate dos projetos de pesquisa Referências BOOTH, W. C.; COLOMB, G. G.; WILLIAMS, J. M. Fazendo perguntas, encontrando respostas. Prólogo: planejando seu projeto. A arte da pesquisa. São Paulo: Martins Fontes, 2005, pp.35-112. Projetos de pesquisa do/as mestrando/as
Sessões
Sessão 1: Sessão de ?ócio criativo?. Aula expositiva (T 1) Sessão 2: Apres. projetos ( 1, 2, 3) Sessão 3 Apres. projeto (4, 5, 6) Sessão 4 Apres. projeto (7,8,9) Sessão 5 Apres. projeto (10,11,12). Avaliação da disciplina. Encerramento.
Processo de trabalho e avaliação
Este programa foi concebido, partindo de uma abordagem mais abrangente da dimensão epistemológica, passando pelos pólos teóricos e morfológico da pesquisa em Ciências Sociais, afunilando para o pólo técnico, mais operacional, finalizando com o debate dos projetos de pesquisa do/as mestrandos, no ponto em que se encontram. A realização desta proposta requer disciplina intelectual, observância de horários, e compromisso com o seu desenvolvimento que se dará através de : -Aulas expositivas, com base nas referências, seguidas de debate; -Aulas dissertativas, com trabalhos em grupos, diversos, em sala de aula, com apresentação e debate; -?Espaços de Diálogos?, na forma de seminários com temáticas prédefinidas A avaliação de desempenho é processual e compreende: freqüência, participação, rendimento e produção individual e em grupo, mensuráveis através da presença em sala de aula, da participação qualificada nas aulas, da participação efetiva nos trabalhos, e no resultado destes. Tudo isto implica leitura das referências básicas, obrigatórias, por cada um/a dos/as mestrandos/as. Possíveis alterações nas referências e nos critérios de avaliação serão avisadas com antecedência e fichamentos de textos, além dos previstos, poderão ser exigidos, como critério de avaliação. Bom trabalho!
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