Metodologia: |
Considerando as recomendações do Projeto Político Pedagógico (PPC) do curso Medicina da UFDPar sobre o módulo Estudos Tutoriais (ET), que sem sua página 62 traz: Os conteúdos dos módulos seqüenciais, por sua vez, são integrados entre si de maneira dinâmica e articulados com o contexto no qual se encontram envolvidos alunos e professores nos estudos tutoriais. Os estudos tutoriais representam unidades integradoras, configurando um módulo, espaços presentes do primeiro ao oitavo período, desenvolvidos com o propósito de provocar, acordar, vincular, sensibilizar e instigar os alunos na busca de respostas às questões problematizadoras suscitadas no início de cada período do Curso. Seu conteúdo é construído de forma compartilhada entre alunos e professores que atuam como tutores tendo por base as questões de cada módulo reconstruídas em temas de natureza interdisciplinar, possibilitando ao aluno o protagonismo na construção do conhecimento por meio de consulta a diversas fontes de pesquisa (livros, periódicos, internet, e os conteúdos das outras áreas e campos de saber). O módulo de Estudos Tutoriais VI adotará a metodologia da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), onde casos-problemas, construídos previamente pelos tutores do módulo serão trabalhados com os alunos a cada encontro. Os alunos serão divididos em cinco subgrupos sendo 2 grupos de seis alunos e 3 grupos de sete alunos. Para cada problema será realizada uma abertura em uma semana e o fechamento na semana seguinte. Estão previsto, a princípio, quatro problemas a serem trabalhados. O tutor deve ao final de cada encontro solicitar a auto-avaliação de cada aluno, realizar sua avaliação e fornecer um feedback avaliação formativa. A plataforma utilizada será o google meet ou outra, a critério de cada tutor, desde que informado previamente ao seu subgrupo. A ABP consiste em um método de ensino-aprendizagem em pequenos grupos, onde os discentes se reúnem em dois encontros, chamados de tutorias. No primeiro encontro ocorre a abertura de um caso no qual, sem nenhum estudo anterior e apenas com seus conhecimentos prévios, os discentes são expostos a um problema, sendo este o disparador da discussão do grupo e da formulação dos objetivos de aprendizagem pelos próprios alunos. Após este encontro os alunos realizam um estudo individual e independente onde procuram em referências, por eles mesmo selecionadas, novos conhecimentos para resolução e/ou compreensão do caso-problema (KAUFMANN, 2003; WOOD, 2003). No segundo encontro, cada aluno traz e expõe para a discussão sua pesquisa com a intenção de alcançar os objetivos de aprendizagem definidos na abertura do caso e refinar seu conhecimento apreendido. Desta forma, vê se que a ABP não é apenas sobre resolução de problemas, mas sobre o uso apropriado destes para promover conhecimento, permitindo também a aquisição de outras habilidades e atitudes como comunicação e apresentação, trabalho em equipe, senso de responsabilidade, avaliação crítica da literatura, compartilhamento de informações e respeito pelo outro (KAUFMANN, 2003; WOOD, 2003). No modelo de Maastricht de ABP são seguidos sete passos. Os grupos geralmente são de oito a dez estudantes. Na abertura do caso são definidos, pelos próprios discentes, um aluno-coordenador e um relator; a cada novo caso esses papéis são revezados entre os alunos. É papel do coordenador liderar e manter a dinâmica do grupo, estimular a participação de todos, controlar o tempo, assegurar o cumprimento das etapas do processo e auxiliar o relator, enquanto que esse deve gravar os pontos-chaves da discussão ajudando o grupo a ordenar as ideias. Já os outros membros devem conhecer e seguir os passos do processo, participar da discussão, ouvir e respeitar a contribuição dos outros, realizar questionamentos, pesquisar todos os objetivos de aprendizagem formulados ao final do primeiro encontro e compartilhar informações uns com os outros. A duração de cada encontro deve ser suficiente para assegurar uma boa dinâmica do grupo. Os problemas podem ser casos clínicos escritos, dados laboratoriais clínicos ou experimentais, fotografias, videoclipes, artigos de jornais, um artigo científico ou parte dele, um paciente simulado ou real, uma árvore genealógica mostrando um distúrbio hereditário (KAUFMANN, 2003; WOOD, 2003). Os sete passos da ABP são (DOLMANS et al., 2006): Passo 1: identificar e esclarecer termos desconhecidos presentes no problema. O relator lista aqueles que não foram esclarecidos após a discussão. Passo 2: definir o problema ou os problemas a serem discutidos. Os estudantes podem ter diferentes opiniões dos assuntos em discussão e todas devem ser consideradas e discutidas. O relator faz uma lista dos problemas que foram consenso do grupo. Passo 3: brainstorming, discutir o problema e sugerir possíveis explicações com base no conhecimento prévio. Os estudantes devem compartilhar o seu conhecimento e integrá-lo com os dos outros. Passo 4: revisar os passos 2 e 3 e organizar explicações na tentativa de solucionar o problema. O relator organiza as explicações e reestrutura se necessário. Passo 5: formular os objetivos de aprendizagem, por consenso do grupo. O tutor assegura que os objetivos de aprendizagem são focados, alcançáveis, compreensíveis e apropriados. Passo 6: estudar individualmente. Todos os estudantes obtêm informações relacionadas a cada objetivo de aprendizagem. Passo 7: compartilha com o grupo os resultados do estudo individual (os estudantes identificam suas fontes e compartilham seus resultados). O tutor checa a aprendizagem e pode avaliar o grupo. Na APB o papel do tutor é encorajar a participação de todos os membros do grupo, auxiliar o coordenador com a dinâmica do grupo e com a distribuição do tempo, checar se o relator está gravando com acurácia os pontos-chaves da discussão, evitar desvio/fuga do problema, assegurar que o grupo alcance apropriadamente os objetivos de aprendizagem, checar o entendimento e avaliar a performance de cada aluno. No passo sete o tutor pode, caso necessário, assumir um papel mais ativo para assegurar que todos os estudantes exponham seus estudos individuais, ajudando o coordenador nessa dinâmica, ao mesmo tempo checando se o trabalho dos discentes foi apropriado. Para cumprir seu papel o tutor pode fazer perguntas, encorajar os próprios alunos a realizarem questionamentos para o grupo e a proporem explicações com suas palavras ou usando esquemas, diagramas ou desenhos (KAUFMANN, 2003; WOOD, 2003).
|
Bibliografia:
| BALLINGER, A.; PATCHETT, S. Manual de Fundamentos de Clínica Médica. 3 ed. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2001.
GODMAN, C. Tratado de Medicina Interna. 21ª ed., Guanabara: 2001 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Ministério da Saúde, 2006.
FREITAS, E.V.; PI, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. NITRINI, R.; BACHESCHI, A. A Neurologia que todo Médico Deve Saber. São Paulo, Atheneu, 2004.
NOVAK, E.R. Novak - Tratado de Ginecologia. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 1338 p. |