A sociedade internacional é formada a partir de perspectivas de papeis de gênero,
impostas com o intuito de estabelecimento do poder da classe masculina dominante,
visando a sua manutenção por tempo indeterminado. Sabendo disso, o presente trabalho
analisa a estrutura vigente a correlacionando com as transformações das narrativas
LGBTI+ e o papel do Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos (SIDH),
na garantia de direitos dos indivíduos pertencentes a esse grupo. Dito isso, a pesquisa
possui a seguinte pergunta norteadora: As transformações das narrativas LGBTI+
corroboraram para o Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos se
adequarem às suas pautas? Para responder essa pergunta, o trabalho foca na análise da
estrutura vigente por meio das lentes do dispositivo de sexualidade foucaultiano e da
heterossexualidade compulsória butleriana, ao passo em que explica o surgimento das
primeiras terminologias para designar os indivíduos “desviantes” do modelo
heterossexual imposto estruturalmente e as suas transformações. Em seguida, será
discutido sobre a teoria do reconhecimento honnethiana e a sensação de pertencimento
que explicam o porquê do surgimento dos primeiros grupos políticos LGBTI+
reivindicando os seus direitos. E, por fim, possuindo uma metodologia qualitativa, com
arcabouço teórico bibliográfico, também será feita uma análise documental dos casos de
LGBTI+fobia apreciados pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, assim
como os submetidos à Corte Interamericana de Direitos Humanos, a fim de tornar
empírica a hipótese do trabalho de que, após as reivindicações ocasionadas pelas lutas por
reconhecimento, dos movimentos LGBTI+ internacionais, o SIDH se adaptou as suas
pautas, tratando das violações sistemáticas contra esse grupo enquanto violações aos
direitos humanos interamericanos.