O objetivo desta pesquisa é analisar o processo de alocação e execução das emendas orçamentárias individuais, entre 2017 e 2019, dos deputados estaduais piauienses. Pesquisas recentes (LUZ, 2017; BAIÃO; COUTO; JUCÁ, 2018) têm apontado que durante o processo orçamentário legislativo, momento em que os parlamentares são livres para atuar individualmente, há o predomínio de uma ação coordenada. Todavia, essas pesquisas foram pensadas para explicar a influência dos partidos na esfera legislativa federal, em que a Câmara dos Deputados possui uma organização que permite a coordenação do comportamento dos 513 deputados federais de forma partidária. No caso dos estados, as Assembleias Legislativas possuem um número muito menor de deputados, o que pode enfraquecer o papel central dos partidos na coordenação do comportamento parlamentar. Assim sendo, questiona-se: o cenário é diferente nas arenas estaduais? Como os deputados estaduais piauienses alocam suas emendas orçamentárias? Nossa hipótese, pensada para o caso do Piauí, que possui 30 deputados, é a de que os parlamentares com mesma filiação partidária tendem a centralizar suas emendas em secretarias específicas, em um processo coordenado.