O debate sobre a polarização política envolveu a mídia e os partidos políticos sob o
símbolo de partições contrárias de pensamento. Ou seja, as disputas políticas estavam voltadas para
o dito “nós contra eles”. No Brasil, desde 2003, a chamada “esquerda” ganhou força e assumiu a
presidência do país pelas mãos de Luís Inácio Lula da Silva. Os dois governos de Lula foram
marcados por inúmeras crises que foram administradas com eficácia, uma vez que o referido
político esteve com amplo apoio dos eleitores. Não obstante, as crises de confiança no governo
passaram a ser frequentes em 2007 com a Ação Penal 470 (Julgamento do Mensalão). Ainda assim,
Lula fora reeleito. O acentuamento da crise ocorreu com o âmbito da Operação Lava Jato, que
desvelou uma corrupção institucionalidade que ligava, em tese, os governos petistas. O governo
Dilma pareceu não contar com o mesmo apoio político que o governo anterior, resultando em seu
impeachment. Sob o signo do revanchismo político contra a esquerda, um movimento foi se
delineando na política nacional em apoio ao recrudescimento da segurança pública e ao combate à
corrupção. A ascensão da extrema direita deu-se sob esse ambiente político e a partir da bandeira de
combate à corrupção personalizada pelo PT. Não obstante, os perfis de eleitores de Jair Bolsonaro
mostraram-se plurais. Nesse sentido, questiona-se se havia sinais na opinião pública que apontavam
para o crescimento da extrema direita no governo Dilma Rousseff que, eleitoralmente, antecedeu a
eleição de Bolsonaro. O objetivo geral desta pesquisa é compreender como a percepção a respeito
das instituições políticas influenciou a ascensão da extrema-direita no Brasil, diante da influência da
Operação Lava Jato. Os dados serão coletados em duas bases de dados: Latinobarómetro e Estudo
Eleitoral Brasileiro (ESEB). A avaliação considerará a opinião pública a respeito de instituições
democráticas que compõem o cenário abordado, como aquelas destinadas ao controle da
Administração Pública, como o Poder Legislativo e o Judiciário, bem como o Poder Executivo, que
exerce a própria administração. Com isso, espera-se compreender possíveis influências da Operação
Lava Jato e do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na opinião pública, bem como a
consequente eleição de Jair Bolsonaro.