A busca por alimentos de alta qualidade e sustentabilidade tem
intensificado estudos sobre os impactos dos sistemas de manejo e da genética
na produção láctea. O alelo A2 da β-caseína, associado a benefícios à saúde, e
os sistemas de manejo orgânico e convencional apresentam potenciais
influências sobre a composição do leite e do colostro, exigindo maior
compreensão para atender às demandas de mercados especializados. Assim, o
objetivo deste estudo foi investigar as diferenças entre os sistemas de manejo
convencional e orgânico em vacas mestiças, com foco na composição físico-
química do leite e colostro, além da influência dos alelos A2 da β-caseína na
qualidade desses produtos. Foram avaliados parâmetros como gordura (GOR-L
e GOR-C), proteína total (PROT-L e PROT-C), lactose (LAC-L e LAC-C),
densidade (DEN-L e DEN-C), pH (pH-L e pH-C) e extrato seco desengordurado
(ESD-L e ESD-C) em leite e colostro, respectivamente, provenientes de quatro
ordens de lactação e dois sistemas distintos de manejo (C: convencional; O:
orgânico). A análise estatística, conduzida pelo teste t com nível de significância
de 5%, revelou que na fazenda com sistema de manejo O (orgânico) promoveu
maior concentração de PROT-L e LAC-L, enquanto a fazenda com sistema de
manejo C (convencional) apresentou maior DEN-L. No colostro, a fazenda O
destacou-se pelos elevados teores de GOR-C, ao passo que na fazenda C
apresentou maior DEN-C. Observou-se ainda que a ordem de lactação
influenciou significativamente as variáveis GOR-L, GOR-C, ESD-L, ESD-C e
DEN-L e DEN-C, evidenciando que a experiência produtiva das vacas interfere
diretamente na qualidade dos produtos lácteos. Além disso, foi constatada uma
relação potencial entre os alelos A2 da β-caseína e a composição química,
sugerindo que a genética exerce papel importante na definição da qualidade
nutricional e funcional dos produtos analisados. Estes resultados reforçam a
importância do manejo sustentável e da seleção genética no aprimoramento da
produção leiteira, contribuindo para sistemas mais eficientes e produtos com
maior valor agregado, alinhados às demandas de mercados específicos, como o
de consumidores que buscam alimentos orgânicos e funcionais.