A celulose bacteriana é um polímero estruturalmente semelhante à celulose vegetal, mas com propriedades físico-químicas superiores. Vários estudos investigaram modificações na superfície do BC para torná-la eficaz, por exemplo, em termos antibacterianos e de adsorção, portanto, o BC foi funcionalizado com os silanos 3-aminopropiltrietoxissilano e 3-glicidiloxipropiltrimetoxissilano em três proporções diferentes. Em relação à cinética de adsorção do fármaco, as amostras apresentaram melhor ajuste ao modelo de pseudo-segunda ordem o aumento no valor do pH promoveu aumento na quantidade máxima de adsorção, com valores de q = 98,92 mg g-1 para Ibuprofeno e q = 98,50 mg g-1 para Cetoprofeno. Nos testes de liberação in vitro utilizando fluido gástrico, a taxa de liberação atingiu valores mais elevados em comparação aos ambientes PBS. Os maiores valores de liberação foram observados com as amostras modificadas pelo método 2 e particularmente, a amostra BC70-A apresentou o maior percentual de liberação do fármaco. Os métodos alternativos de tratamento de doenças, como os sistemas de liberação controlada de fármacos, proporcionam a administração de medicamentos específicos em taxas controladas a longo prazo, minimizando os efeitos colaterais decorrentes da toxicidade e aumentando a eficácia da terapia. No ramo da agricultura, a perda ou deficiência de nutrientes no solo atrelado ao baixo teor de água são preocupantes fatores que limitam a produção agrícola em regiões semiáridas. Nesse sentido, os hidrogéis à base de polissacarídeos têm sido amplamente investigados para uso em tais sistemas. O principal objetivo do presente trabalho de pesquisa foi preparar hidrogéis à base de mesocarpo de babaçu e celulose bacteriana que foram modificados quimicamente através de uma reação de copolimerização de poliacrilamida para uso na liberação controlada do fármaco Ibuprofeno. Os hidrogéis apresentaram uma banda em torno de 1700 cm-1 referente a C=O, que pode ser atribuída à N, N'- metileno-bis-acrilamida, sendo um indicativo da formação do hidrogel, além disso apresentaram indicativos de matriz polimérica amorfa. As imagens de tomografia de raios -X, mostraram a presença de poros nos dois hidrogéis, com imagens bidimensionais e reconstruções tridimensionais, que não puderam ser vistas no MEV. Os resultados dos hidrogéis carregados com o fármaco Ibuprofeno mostraram que as amostras apresentaram toxicidade apenas para a concentração de 5 mg mL-1. Todas as amostras de hidrogel foram consideradas não citotóxicas. Em relação a liberação de Ibuprofeno, houve rápida liberação do fármaco nas primeiras 12 horas em PBS e que a liberação em fluido gástrico foi mais lenta e prolongada, mas todos os hidrogéis tenderam a se estabilizar a 100%, sendo estes hidrogéis promissores na liberação de fármaco modelo.