Nanopartículas de azul da Prússia (Fe4[Fe(CN)6]3 NPs) recobertas com diversos tipos de materiais tem recebido o foco de intensa pesquisa devido suas inúmeras aplicações em biomedicina, (bio)sensores, diagnóstico, catálise, etc. Neste trabalho, Fe4[Fe(CN)6]3 NPs recobertas com sílica amino-funcionalizada, Fe4[Fe(CN)6]3@SiO2-NH2, foram obtidas utilizando os princípios do processo sol-gel. Caracterização superficial, estrutural, espectroscópica e as propriedades eletroquímicas do nanomaterial híbrido (Fe4[Fe(CN)6]3@SiO2-NH2) foram investigadas por potencial zeta, difração de raios X, espectroscopia eletrônica (UV-Vis), espectroscopia vibracional no Infravermelho (FTIR) e voltametria cíclica (VC), respectivamente. O valor de potencial zeta negativo do nanomaterial híbrido evidenciou a funcionalização com grupos aminos não protonados. O espectro UV-Vis de Fe4[Fe(CN)6]3@SiO2-NH2 exibiu um deslocamento batocrômico para 798 nm, em relação a banda de intervalência de Fe4[Fe(CN)6]3 NPs (690 nm). O método espectrofométrico utilizando ninidrina estimou a quantidade de NH2 na superfície de Fe4[Fe(CN)6]3@SiO2. O espectro FTIR de Fe4[Fe(CN)6]3@SiO2-NH2 mostrou os principais estiramentos e deformações (CN, Si-O-Si, CH, NH2), característicos do complexo de azul da Prússia, sílica e grupos aminopropil, indicando a formação do nanomaterial de interesse. A análise de DRX do nanomaterial híbrido mostrou os planos cristalográficos referentes a fase de estrutura cúbica de face centrada (cfc) do complexo de azul da Prússia, Fe4[Fe(CN)6]3.nH2O (JCPDS: 52-1907), além de uma fase amorfa característica da sílica. O voltamograma cíclico do eletrodo de carbono vítreo modificado com Fe4[Fe(CN)6]3@SiO2-NH2 em eletrólito tampão fosfato (PBS, pH = 7,02) apresentou dois pares redox definidos, atribuídos à conversão do azul da Prússia (PB) em branco da Prússia (PW) e de PB em verde da Prússia (PG), respectivamente. Observou-se também um aumento da reversibilidade para o sistema e diminuição das intensidades de correntes, após o recobrimento com sílica. Acreditamos que o nanomaterial híbrido desenvolvido pode encontrar aplicações em (bio)sensores e imobilização covalente com moléculas biológicas de interesse para biomedicina.