A Bacia do Paraná se encontra completamente desenvolvida sobre a crosta continental e preenchida por rochas sedimentares e vulcânicas com idades que variam entre o Siluriano e Cretáceo. Dentre as diversas formações presentes nesta Bacia, destaca-se Formação Irati (Período Permiano Superior), cujo interesse na caracterização da matéria orgânica nesta unidade deve-se a seu maior potencial para geração de hidrocarbonetos, a singular presença níveis de maturação variados, como consequência de rochas intrusivas que atuaram como catalisadores para geração de hidrocarbonetos, e ao limitado estudo com relação a fósseis químicos que auxiliem no entendimento dos processos de migração, anoxia e maturação. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo geral caracterizar o paleoambiente deposicional e grau de evolução térmica de Rochas Geradoras da Bacia do Paraná por meio de biomarcadores a partir de extratos de rochas, por CG-EM e CG-EM/EM. A análise geoquímica da matéria orgânica foi realizada através da determinação do Carbono Orgânico Total (COT), pirólise Rock-Eval e biomarcadores, seguindo metodologias clássicas. Os dados de carbono orgânico total e pirólise Rock-Eval revelaram boa quantidade e qualidade adequada de matéria orgânica para geração de hidrocarbonetos, especialmente para as amostras SCB-04 (IH = 201, S2 = 5,97 mg HC/g rocha) e SCB-07 (IH = 392; S2 = 12,45 mg HC/g rocha). A distribuição geral de hidrocarbonetos e/ou parâmetros de biomarcadores sugeriram que as amostras apresentam baixa evolução térmica, paleoambiente deposicional anóxico e marinho. Este fato pode também ser corroborados pela ausência de beta-carotano e baixa abundância relativa gamacerano, indicadores de salinidade e/ou estratificação de coluna d’ água. Os valores de pristano/n-C17, fitano/n-C18, índice de hidrogênio (IH) e índice de oxigênio (IO), sugerem querogênio tipo I - II, formados a partir de MO marinha, corroborado por C27/C29 esterano, hopane/sterane e índice de metilfenantrenos. Entre os esteranos, predominam àqueles de estereoquímica ααα20R em relação a ααα20S, que é característica de amostras pouco evoluídas termicamente. Com exceção dos parâmetros de maturação calculados pela relação C27-18α(H)-trisnorneohopano (Ts)/C27-17α(H)-trisnorhopano (Tm), que indicaram amostras de alta maturidade, quando se avalia os dados dos indicadores geoquímicos moleculares para os demais terpanos pentacíclicos, verifica-se que, em geral, são compatíveis com dados de Rock-Eval, sugerindo baixa maturidade.
Palavras-Chave: Bacia do Paraná, Formação Irati, Biomarcadores, CG-EM-MS.