A produção de biodiesel pode ser realizada usando uma grande variedade de matérias-primas. Nesse contexto, biocombustíveis derivados de lipídios de microalgas são considerados candidatos promissores para substituição de fontes de energia a base de petróleo. Apesar das vantagens do óleo de microalga como matéria-prima para o biodiesel, existem restrições que precisam ser superadas para torná-lo econômico e sustentável. A extração lipídica da biomassa algal é um dos desafios a serem superados, devido o seu baixo rendimento e procedimento de rompimento celular de alto custo. Nesse estudo o rendimento lipídico de microalga da espécie Scendesmus sp, cultivada em águas residuais, foi determinado por análise gravimétrica utilizando o método Bligh & Dyer modificado. Foi sugerida uma otimização multivariada de condições de extração, visando a maximização da extração lipídica da biomassa seca da microalga. O método de extração, o tempo de extração, a mistura de solventes e o pré-tratamento foram considerados entre níveis superior e inferior, a fim de conhecer sua significância, incluindo suas interações na resposta experimental, utilizando um número reduzido de experimentos. Os estudos foram realizados fazendo uso de métodos de extração de baixo custo e baixo consumo de energia (agitação magnética e ultrassom). A melhor condição de extração foi obtida com a mistura de solventes CHCl3: MeOH (2:1), em um período de extração de 2 horas, utilizando ultrassom. Os perfis graxos dos lipídios extraídos também foram avaliados. O índice de acidez do óleo da microalga, de acordo com o método ASTM D664-07, foi de 20,5 mg KOH g-1. O alto valor ácido encontrado nos lipídios da Scenedesmus sp. indica a importância de usar um catalisador ácido ou enzimático para evitar formação de sabão. Óxidos mistos podem catalisar a transesterificação de triglicerídeos, bem como a esterificação de ácidos graxos livres presentes em lipídios de microalgas. Com o intuito de obter um catalisador heterogêneo ácido, capaz de converter óleo de microalga em biodiesel, Sn/ZnO foi sintetizado via impregnação do Sn em nanotubos de ZnO previamente sintetizados, e caracterizado através de técnicas como mapeamento químico, XPS, DRX, BET e determinação de acidez. A conversão catalítica foi investigada utilizando óleo de soja acidificado com ácido oleico, em acidez comparável ao óleo de microalga. Foi realizado um estudo das variáveis de reação como temperatura, tempo, razão molar de metanol para óleo e quantidade de catalisador. Conversão do óleo em ésteres metílicos de ácidos graxos (FAME) foi determinada usando cromatografia gasosa. A conversão FAME de 92,0% foi obtida usando 5% de Sn/ZnO como catalisador, a uma temperatura de 150 °C, em um tempo de 6 horas e razão molar óleo/metanol de 15:1. A eficiência catalítica do Sn/ZnO foi testada em diversos ciclos, mostrando-se efetiva para 8 reações de conversão sem perda significativa em sua atividade.