O presente estudo tem como intuito analisar o processo de trabalho do Serviço Social nas escolas, frente as opressões postas pelo racismo, machismo e capitalismo que criam desigualdades no contexto educacional, considerando a interseccionalidade. Esta, tem como eixos principais de opressões o racismo, patriarcado e capitalismo. Isso porque considera-se que esses eixos são fatores estruturais que determinam as desigualdades em sociedade. Frente a isso, as principais autoras adotadas para fundamentar a pesquisa serão: Crenshaw (2002), Akotirene (2019), Sueli Carneiro (2003), Lélia Gonzalez e Hasenbalg (2022), Pereira (2022), Eurico (2018). O interesse pela pesquisa foi norteado por conta de uma inquietação proveniente da observação de que meninas negras que estudam em escolas públicas, sofrem constantemente com inúmeras violências de gênero que são atravessadas por raça e classe no Brasil e, mais especificamente, no Piauí e no Maranhão. Violências essas que são resultados das estruturas históricas que fazem parte da formação social brasileira, e que devem ser mudadas. Nesse caso, entender como acontece o processo de trabalho do Serviço Social diante dessas desigualdades e opressões sociais dentro das escolas públicas é de extrema importância para que haja uma superação desta realidade. O debate sobre como Serviço Social atua diante dessas demandas nas escolas se dá pelo fato de que segundo Costa e Rafael (2021) a questão social brasileira carrega suas particularidades, trazendo como uma das principais expressões (objeto de intervenção do Serviço Social) a raça atravessada por gênero e pela classe, pois estes eixos são resultantes dos sistemas estruturais de opressões sociais: patriarcado, escravismo e capitalismo. Frente a isso, a importância de pesquisar sobre essa temática se dá pelo fato de que mesmo depois da criação da Lei nº 13.935 que insere o Serviço Social nas escolas, ainda são poucas as cidades que de fato fizeram essa inserção. Contudo, cumprir essa lei é de extrema importância, visto que esta profissão atua diante das mais variadas expressões da questão social, sendo elas também o racismo patriarcal capitalista que atravessam milhares de alunas e alunos nas escolas, principalmente as meninas negras, quando se considera a interseccionalidade.