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Banca de DEFESA: TÂNIA VALÉRIA LUZ DE SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TÂNIA VALÉRIA LUZ DE SOUSA
DATA: 22/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório da Pós-Graduação do CCHL
TÍTULO: ORGULHO E INVISIBILIDADE: A maternidade de mulheres quilombolas e suas vivências de racismo nos serviços de saúde
PALAVRAS-CHAVES: Racismo; Interseccionalidade; Mães Quilombolas; Saúde; Políticas Públicas
PÁGINAS: 125
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
RESUMO:

O racismo brasileiro está presente e institucionalizado na nossa sociedade como herança
do sistema escravista. Os quilombos foram e são resistência a essa forma de opressão. As
mulheres quilombolas enfrentam formas específicas de opressão devido às questões
interseccionais de raça, de gênero, entre outras. Muitas vezes a saúde dessa mulher é
invisibilizada, ainda mais quando elas se tornam mães. Por isso, este estudo tem como
objetivo principal compreender a natureza do racismo nos serviços de saúde e a forma como
ele pode afetar a identidade e a maternidade de mães quilombolas. Foi realizado um estudo
exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, que utilizou o quadro conceitual da
interseccionalidade de gênero, raça e classe, bem como o método participativo na produção
dos dados, que fez a triangulação de técnicas de entrevistas individuais, Photovoice
(Fotovoz) e grupo focal. A pesquisa foi realizada com sete mães quilombolas na comunidade
Monteiro, remanescente de quilombos, que se localiza na zona rural de Timon no Maranhão.
A coleta de dados foi realizada em cinco etapas: aproximação com a comunidade para a
formação de vínculo; convite às mães quilombolas e preenchimento do questionário
sociocultural de caracterização; condução das entrevistas individuais; método Fotovoz, que
envolveu a produção das fotografias pelas participantes; e a discussão em grupos focais e
entrevistas individuais. A análise temática indutiva foi realizada e fotografias foram
selecionadas como representação visual para ilustrar os dados assim como trechos dos
discursos das participantes para evidenciar os temas descritivos. Está pesquisa foi
submetida e aprovada pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da
Universidade Federal do Piauí. A pesquisa revela que as mães quilombolas do Quilombo
Monteiro constroem sua identidade na tensão entre o orgulho de sua negritude e a dor da
invisibilidade imposta pelo racismo estrutural. Dois temas analíticos foram construídos: (1)
“identidade da mulher quilombola marcada por orgulho e resistência”, que descreve como
as mulheres assumem papel de guardiãs da família e da comunidade, guardiã dos saberes
ancestrais e tradicionais e sentem na pele a dor e o orgulho por ser negra; e (2) “maternidade
quilombola atravessada por desafios estruturais”, que descreve a sobrecarga materna, a
invisibilidade e racismo nos serviços de saúde e o anseio por direitos fundamentais. Embora
nem sempre as mulheres nomeiem explicitamente as discriminações sofridas, suas
experiências cotidianas as revelam. Elas mantêm vivos os saberes ancestrais, mesmo sem
discurso político formal, comprovando sua resistência silenciosa. Diante da negligência
estatal, especialmente na saúde, essas mulheres transformam o cuidado em ato de
sobrevivência, enquanto continuam clamando por dignidade e pelos direitos básicos que
lhes são negados. Políticas públicas podem ser delineadas com foco na equidade racial na
saúde, na melhoria da infraestrutura dos quilombos e acesso aos serviços de saúde, na
valorização dos saberes tradicionais e na promoção da educação e conscientização sobre
racismo.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 021.***.***-23 - ELAINE FERREIRA DO NASCIMENTO - UFPI
Externo à Instituição - 786.***.***-20 - LUCILA CASTANHEIRA NASCIMENTO - EERP
Presidente - 026.***.***-43 - WILLYANE DE ANDRADE ALVARENGA - USP
Notícia cadastrada em: 08/07/2025 14:37
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