Neste estudo da dissertação de Mestrado, aborda-se o não preenchimento de vagas ofertadas
na educação superior brasileira entre 2014 e 2023, período de vigência do Plano Nacional de
Educação (PNE), cuja Meta 12 previa o aumento da taxa bruta de matrículas da população de
18 a 24 anos, com ampliação da participação do segmento público na educação superior. A
intenção é compreender o problema das vagas não preenchidas, verificando se o que é
ofertado corresponde ao que os discentes buscam, em que graus acadêmicos, áreas do
conhecimento e cursos (rótulos). A hipótese é que há um descompasso entre a oferta de vagas
e o interesse dos discentes, o que resulta no não preenchimento de vagas. Tem-se como
procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica, documentos e estatística descritiva
com a utilização de média, relação percentual, participação, variação e correlação de Pearson.
Os resultados confirmam a hipótese. Embora tenha ocorrido ampliação da oferta, sobretudo,
na rede privada do ensino à distância, as vagas não preenchidas cresceram, alcançando no ano
de 2023, 13.903.923 vagas excedentes, isto é, 288 vezes maior que as 48.147 registradas em
1980. A maior média de vagas não preenchidas foi identificada no grau Tecnólogo
(3.007.935), sobretudo, na rede privada da modalidade à distância. No entanto, a preferência
dos estudantes se concentrou na rede pública da modalidade presencial. As áreas gerais com
maior quantidade de vagas não preenchidas foram: Negócios, Administração e Direito;
Educação; e Saúde e Bem-estar. Pelos rótulos que compõem essa área, constatou-se que existe
atratividade diferente entre eles, sendo expressas pela relação entre as vagas ofertadas e as
vagas não preenchidas. Ao tempo em que a relação entre as variáveis expressam a
manifestação da procura, a correlação evidenciam se há influências entre si. Conclui-se que,
mesmo em cursos (rótulos) atrativos, a oferta de vagas sem planejamento, gera vagas não
preenchidas, mostrando concluindo que, sozinha, não garante a ocupação. É necessário o
planejamento, com o aumento proporcional entre o que se oferta e o que se busca, com fins de
que não haja um descompasso entre a oferta e a demanda.