O desenvolvimento econômico mundial obteve maior velocidade a partir do domínio e uso de energia de origem fóssil, que proporcionou a mecanização de processos em substituição às manufaturas. O modelo tradicional de industrialização passou a ser alvo de muitas críticas em função dos impactos ambientais e sociais gerados, sendo pressionado pela sociedade por alternativas que não fosse o regresso do desenvolvimento industrial conquistado, que proporciona conforto ao mercado consumidor, mas a substituição do modelo baseado em energia fóssil por uma de menor impacto. Os biocombustíveis surgem como uma das alternativas viáveis, e no final do século XX intensifica-se o desenvolvimento de tecnologias para produção de biocombustíveis. No Brasil, o etanol de cana-de-açúcar se destacou e tem demonstrado uma alternativa viável economicamente, entretanto, seu processo de produção é criticado, por envolver monocultura, trabalho manual e insalubre em algumas unidades de produção, substituição da produção de alimento por produção de combustível, emissões de gases de efeito estufa no processo produtivo, entre outros, que estimulam as universidades a estudarem essa cadeia produtiva e seus impactos. Uma das ferramentas mais completas para a avaliação dos impactos ambientais do processo de um produto é a Avaliação do Ciclo de Vida, cuja metodologia está sendo utilizada nesta pesquisa, que possui, até este momento, os dados de produção de uma unidade produtora de etanol de cana-de-açúcar localizada no meio norte brasileiro, parte do objeto de estudo desta pesquisa. A unidade produtiva 1 usou, em média entre os anos 2014 e 2018, 2,95 litros de diesel fóssil para cada tonelada de cana produzida. Com relação aos fertilizantes, foi utilizado, em média 0,326 kg de Nitrogênio por tonelada de cana produzida. A utilização média de energia para processamento da cana, foi de 22,33 kw por tonelada, dos quais, 80% foi produzido na própria unidade. Os dados levantados, relativos à unidade produtiva 1, compõem o inventário do ciclo de vida do etanol de cana-de-açúcar daquela indústria, que será utilizado para a avaliação do ciclo de vida.