A substituição de áreas nativa para atividades agricolas causam impactos ao meio ambiente e é o principal responsável da perda de carbono (C) da matéria orgânica do solo (MOS) para a atmosfera. Avaliamos a dinâmica da matéria orgânica e os indicadores biológicos de qualidade do solo, sob diferentes sistemas de manejos no Cerrado piauiense. Amostramos o solo (0-0,1 e 0,1-0,2, 0,2-0,3 e 0,3-0,5 m) da Fazenda Nova Zelândia localizada no município de Uruçuí (Piauí, região nordeste do Brasil). Os manejos avaliados foram: Pastagem (PAS); Sistema Plantio Direto de soja sob palhada de milho (SPD 1); Sistema Plantio Direto de milho sob palhada de capim mombaça (SPD 2); Eucalipto (EUC), além de uma área nativa de Cerrado como referência (MN). Determinamos o estoque de carbono, as frações química (substâncias húmicas) e física (complexos particulados e orgânico-minerais) da MOS; atributos biológicos como biomassa microbiana (C-BMS e N-BMS), respiração basal (RBS) e os coeficientes microbiano e metabólico (qCO2, qmic), além da fauna epigea do solo. Os dados foram submetidos à análise de variância, e quando significativos submetidos ao teste de Tukey. A captura dos organismos se deu por meio da instalação de 7 (sete) armadilhas do tipo “Pitfall” por sistema de manejo. Foram avaliados os índices de riqueza total (S); riqueza média; os índices de Shannon e Pielou e o número de indivíduos armadilha dia. A Pastagem foi o manejo de solo que mais favoreceu um aumento nos teores de C-BMS, qCO2 e qmic, enquanto o SPD 1 aumentou o estoque de carbono em superfície (0-0,1 e 0,1-0,2 m) e índice de manejo do carbono (IMC) em profundidade (0,3 -0,5 m). Quanto às substâncias húmicas apresentaram a seguinte sequência de predominância em todos os manejos do solo: Ácido fúlvico, Humina e Ácido humico, denotando forte relação entre o Latossolo e o Ácido fúlvico. O SPD 2 foi o manejo que apresentou maior abundância e riqueza total de espécies que o eucalipto, e pode ser recomendado para minimizar o impacto da atividade agrícola sobre a biodiversidade da fauna epígea. Por outro lado, o reflorestamento de eucaliptos não parece ser um uso eficiente da terra quando se trata de restaurar os níveis de MOS e da biodiversidade do solo, pelo menos sob as práticas atuais de manejo, bem como as condições do solo e do clima no solo espesso.