Esta pesquisa visa apresentar um estudo em Antropologia quando o campo é o patrimônio. O objeto patrimonializado é a Casa Anísio Brito, mais conhecida como Arquivo Público do Piauí, que resguarda um conjunto de documentos entendidos como patrimônio do Estado. A noção de patrimônio concebida em nossa sociedade é resultado de uma série de invenções - no sentido proposto por Hobsbawn (2012) - empreendidas pelo Estado, seus interesses e pela noção de tempo que a sociedade Ocidental adota. Dessa forma, surgem instituições gerenciadas pelo aparelho estatal que resguardam objetos, no caso dos museus e documentos, no caso dos Arquivos. Os Arquivos por sua vez, entremeados pela noção patrimonial que lhes motivou o surgimento, seguem uma lógica própria de organização, acesso e difusão documental. Portanto, esta pesquisa tem por foco, revelar que noção de patrimônio é colocada pelo Arquivo Público do Piauí à sociedade piauiense. Para o alcance desse objetivo geral, foi realizada a leitura de obras que versassem sobre teoria arquivística, abordagem contemplada inicialmente neste trabalho. Posteriormente, a bibliografia em torno das discussões sobre patrimônio se fizeram necessárias para a compreensão e importância dada a este fenômeno na sociedade moderna. O método etnográfico baseado na observação participante e na descrição densa proposta por Geertz (1989) foi utilizado a fim de esclarecer sobre o patrimônio emanado do Arquivo Público do Piauí, além da realização de conversas com funcionários do local, que ajudou a revelar características do local. Durante o trajeto da pesquisa, foi realizada anotações de campo além de documentação fotográfica. Este trabalho espera contribuir para as discussões envolvendo patrimônio, promovendo uma maior visibilidade para o Arquivo Público do Piauí.