A presente pesquisa tem por objetivo averiguar se as roupas usadas pelos (as) filhos (as) de santo, como são chamados os seguidores das religiões de matriz africana, tanto as usadas nas cerimônias desses cultos como as utilizadas para os trabalhos ritualísticos dentro dos terreiros, são marcadores identitários dessas religiões, no caso, Umbanda e Candomblé. O trabalho foi desenvolvido nos terreiros Ilé Oyà Tade (Umbanda) e Ilé Asè Oloomi Wura (Candomblé), ambos na cidade de Teresina-Piauí. O estudo contempla a construção de caderno de campo, observação participante, escuta sensível, coleta de imagens fotográficas e fílmicas e a elaboração e apresentação de uma exposição de bonecas paramentadas com as vestes dos dezesseis orixás mais cultuados no Brasil, mais quatro bonecas caracterizadas de baiana, sacerdote, roupa de ração masculina e feminina. Os resultados alcançados apontam para a confirmação de que estas vestes são realmente marcadores da identidade dessas religiões, sendo observado que as mesmas também podem desencadear atitudes de intolerância religiosa e racismo. Fundamenta-se em teóricos, como Roger Bastide (1978), Pierre Verger (1987), Júlia Vidal (2014), Vasconcellos Maia (1978), Edison Carneiro (1991; 2005), Reginaldo Prandi (2001; 2004), Juana Elbein dos Santos (2012), Mircea Eliade (2010), Cliford Geertz (1926), Lévi-Strauss (1976), entre outros.