Dentro do contexto brasileiro de profunda desigualdade social e consequente desigualdade no contexto educacional, a ação afirmativa de cotas sociais vem sendo utilizada desde o ano de 2003 no Brasil com o intuito de democratizar a educação superior pública ao facilitar o acesso de grupos desfavorecidos. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar tal política através do estudo exploratório das cotas sociais na Universidade Federal do Piauí, tendo como objeto de estudo ingressantes no ano de 2009 através do Programa Seriado de Ingresso na Universidade – PSIU. O acesso à Educação superior é bem e direito social a ser redistribuído dentro da sociedade, tendo as cotas sociais enquanto promotor de justiça social entre os indivíduos que não tiveram uma educação de qualidade no nível básico de ensino da rede pública. A hipótese, então, é a de que alunos oriundos do sistema de cotas possuem desempenho acadêmico semelhante aos alunos da rede particular do ensino básico, em um contexto antes desigual, que necessitou do princípio redistributivo para criar igualdade substancial, dando igualdade equitativa de oportunidades aos seus usuários. A inexistência de um sistema de cotas e o acesso a uma universidade pública baseado apenas na meritocracia seria ferramenta de manutenção da hierarquia social, impossibilitando mobilidade social e econômica. Desta maneira, o objetivo principal da pesquisa é realizar uma avaliação da política de cotas sociais com base na Teoria da Justiça. Assim, trabalhar-se-á, através de análise quantitativa e qualitativa, compreender se o sistema de cotas sociais proporciona Justiça Social no espaço educacional aqui pesquisado.