Esta pesquisa tem por objetivo analisar a atuação política das deputadas federais brasileiras e o seu impacto sobre a inserção de pautas de interesse das mulheres na Câmara dos Deputados durante o mandato de 2011-2015. A representatividade é uma preocupação central nos debates sobre o nível democrático de instituições e processos políticos. A sub-representação de grupos específicos em instituições políticas, decisões e políticas é considerada, numa democracia, um problema de justiça, legitimidade, capacidade de resposta e eficácia. A persistência da sub-representação das mulheres no parlamento brasileiro, não obstante a elevação crescente do grau de inserção feminina no mercado de trabalho e demais esferas da vida social, bem como inovações institucionais de discriminação positiva na legislação eleitoral, como a lei de cotas, tem levado a que os interesses políticos das mulheres, enquanto grupo social, não têm sido devidamente considerados na arena parlamentar brasileira. A hipótese aventada é que embora a atuação das parlamentares se submeta à lógica política do parlamento brasileiro, cujo processo decisório é bastante centralizado nas lideranças partidárias, principalmente dos grandes partidos e que mantém as mulheres afastadas dos espaços decisórios, reforçando as desigualdades sociais expressas na representação política ali exercida, a atuação política das deputadas federais na Câmara dos Deputados (2011-2015), impactou na representação substantiva das mulheres brasileiras.