A presente pesquisa tem como objetivo analisar a gestão dos programas de crédito universitário em sistemas de capitalismo hierárquico nos países Brasil e Chile. A questão de pesquisa é: Qual modelo econômico favorece a execução de Programas de Crédito Educativo mais eficiente, do Brasil ou do Chile? A hipótese é a de que o país que tem um capitalismo menos dependente do estado oferece o Programa de Crédito Educativo mais eficiente. Os programas analisados foram no Brasil o CREDUC, FIES e PROUNI e no Chile foram os programas FSCU, CAE, Becas de Arancel e Gratuidade. Para compreensão dos dados coletados, foi utilizada a abordagem do neo-institucionalismo. O estudo torna-se relevante na medida em que a educação superior é um importante instrumento de formação profissional, científica e política. Para realização da pesquisa foram utilizados dados coletados através de documentos internacionais, divulgados pelo banco de dados Organização para Cooperação e desenvolvimento econômico (OCDE), Banco Mundial, Organização das Nações Unidas e relatórios governamentais dos dois países. Observou-se que os Programas de Crédito Universitário do Brasil e Chile foram implantados e administrados de formas diferentes, que os dois países apresentam divergências no tocante ao zelo com dinheiro público, relação do setor público com o setor privado e aplicação dos recursos com eficiência. Tais fatores interferem, principalmente, no resultado de políticas públicas. Nesse sentido, os dados mostram que o Brasil gasta com o ensino superior 3 vezes mais do que investe em ensino básico e 2 vezes mais do que o Chile investe em ensino superior. Apesar do investimento maior do Brasil, apenas 38% da população em 2014 (período de maior expansão do Fies) estudavam em cursos superior com auxílio do governo, enquanto no Chile, nesse mesmo período, 67% da população era atendida com auxílio governamental para conseguir seus diplomas. Após a análise dos dados, percebe-se que escolhas erradas explicam os resultados do Brasil na educação. A aspiração generalizada ao ensino universitário é um fenômeno que se intensificou nos últimos 20 anos, o que resultado na sua expansão em uma velocidade muito maior que os demais níveis, gerando uma priorização do ensino superior e não do fundamental, aumento do gasto em educação, negligenciando-se a qualidade.