O presente trabalho visa compreender o mecanismo causal que permite a incidência do familismo político no processo de manutenção e reprodução da herança política no legislativo piauiense por meio do uso dos capitais: político, econômico, social e simbólico. Historicamente as relações entre família e poder político no Piauí têm se mostrado resistente ao tempo, um fenômeno renitente que se metamorfoseou sem alterar sua substância. Desde os tempos coloniais, determinadas famílias piauienses desenvolvem arranjos que garantem a sua continuidade no domínio do poder político, não obstante a significativa competição eleitoral, a ampliação dos espaços democráticos e a entrada de novos agentes no campo político. Suscita, então, identificar e compreender o mecanismo causal utilizado pelas famílias políticas dispostas na ALEPI que lhes permite lograr êxito na manutenção ou reprodução da herança política, o que conduz à pergunta: o que torna certas famílias políticas mais exitosas que outras? Em outro sentido, como a herança política pode gerar capitais políticos, econômicos, sociais e simbólicos? Como o uso dos capitais pode gerar a manutenção ou reprodução desse tipo específico de herança? Para alcançar possíveis respostas ao problema proposto, partimos da hipótese de que é o uso conjugado dos capitais que possibilita às famílias políticas a manutenção e/ou reprodução da herança política na ALEPI. Por considerar pertinente investigar os fatores que envolvem esse processo, foi utilizada como norteador do trabalho a metodologia de natureza qualitativa; fazendo uso do método posicional, com o intuito de identificar a ocupação em posições formais de comando nos partidos políticos, nas secretarias de primeiro escalão do executivo estadual e na chefia do executivo municipal por membros oriundos dos troncos político-familiares. Para operacionalização da pesquisa e controle das variáveis fez-se o uso da técnica de análise documental.